Dino já promoveu politização da segurança, falta promover solução Dino já promoveu politização da segurança, falta promover solução
O Antagonista

Dino já promoveu politização da segurança, falta promover solução

avatar
Madeleine Lacsko
4 minutos de leitura 06.10.2023 17:53 comentários
Brasil

Dino já promoveu politização da segurança, falta promover solução

Politizar questões complexas de segurança pode ser algo tentador para o tuiteiro, mas não deveria ser para um ministro de Estado...

avatar
Madeleine Lacsko
4 minutos de leitura 06.10.2023 17:53 comentários 0
Dino já promoveu politização da segurança, falta promover solução
Arte O Antagonista

Politizar questões complexas de segurança pode ser algo tentador para o tuiteiro, mas não deveria ser para um ministro de Estado. Aqui não entro nem na questão moral, fico apenas no pragmatismo. É algo que rende poucos dividendos políticos e cobra um preço muito alto, o custo-benefício não compensa.

Na onda de demonizar o governador de São Paulo, foi perdido tempo precioso para tratar de forma nacionalizada e adulta a chaga da criminalidade organizada.

Tivemos, ao mesmo tempo, conflitos sangrentos com a polícia em São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. A primeira aposta política foi canalha: colocar na conta de Tarcísio de Freitas, focando na associação com o bolsonarismo. Isso envolveu políticos governistas, influencers e até mesmo parte da imprensa.

A realidade se impôs na opinião pública. Conforme as semanas se passavam, até mesmo gente muito simpática ao PT começou a cobrar um posicionamento sobre o ocorrido na Bahia.

Essa demora custou caro e sinalizou ao crime organizado que havia uma brecha para agir. Estamos diante de um problema grave e complexo, que exige união de todas as forças políticas. A atuação precisa ser sistêmica, já que envolve todo o país e facções que ganharam relevância internacional.

Houve o lançamento de um plano de enfrentamento ao crime organizado com foco em soluções nos estados. Uma das medidas era fornecer verba para a segurança pública da Bahia, algo criticado por especialistas. De forma isolada, investir mais no que já está problemático não soluciona a situação; pode inclusive fazer com que ela persista.

O ocorrido agora no Rio de Janeiro é de um absurdo que desafia nossa capacidade de acreditar no que vemos. O assassinato dos médicos no quiosque da Barra da Tijuca é o símbolo do esculacho do crime organizado sobre o poder estabelecido. Na prática, o crime conseguiu exercer muito mais poder que as nossas instituições.

Em tese, é algo que ocorre há tempos. Dessa forma, no entanto, não. A gravidade da afronta tem de fazer com que ela seja um ponto de inflexão no sentido da união por soluções efetivas.

É duro demais precisar encarar a realidade da morte por engano. Ser parecido com um criminoso virou fator de risco para assassinato. Ter um familiar morto por engano é algo para que não se pode obter um senso de justiça mesmo com a punição dos culpados. Não faz sentido, é como se a vida humana e nada fossem a mesma coisa.

Aqui não falamos de pessoas realmente iguais, com alguma característica única que fosse possível confundir. São dois homens um pouco gordinhos, carecas, de barba rala e óculos. Parecidos com eles há milhares, é um tipo físico absolutamente comum.

Os bandidos não tiveram nem o cuidado de checar. Matam antes para perguntar depois. Fazem num lugar lotado, movimentado, sem preocupação. E a história ainda piora.

Um tribunal do crime condenou os homens à morte. A operação envolveu até uma videoconferência com bandidos presos. É um escárnio.

Na prática, criminosos presos conseguem exercer mais poder do que forças policiais compostas por gente preparada. Eles acharam os criminosos antes da própria polícia. Mais que isso, conseguiram torturar e executar gente procurada sem que fossem interrompidos. É distópico.

O ministro Flavio Dino, mesmo diante de tudo isso, insistiu na polarização com o bolsonarismo. É inadequado. Colocar um problema tão antigo e complexo só na conta do bolsonarismo, além de ser um diagnóstico questionável, não ajuda na solução.

Precisamos encarar que o crime organizado soube encontrar na polarização política as brechas para ocupar espaços de poder. É preciso reverter isso. O primeiro passo é querer.

 

Mundo

Aprovação de Biden é o menor índice da história

Alexandre Borges
30.04.2024 04:35 2 minutos de leitura
Visualizar

São Paulo e Palmeiras fazem jogo tenso e ficam no empate

Visualizar

CBF explica em CPI da Manipulação do Futebol como monitora casos suspeitos

Visualizar

TSE multa Lula em R$ 250 mil

Visualizar

A crítica de Seinfeld à esquerda

Visualizar

STF e empresários: promiscuidade fora do Brasil

Visualizar

Tags relacionadas

assassinato Barra da Tijuca criminosos Flávio Dino Narrativas Antagonista
< Notícia Anterior

Partidos também são culpados por judicialização da política

06.10.2023 00:00 4 minutos de leitura
Próxima notícia >

Papo Antagonista: O rebolado da Saúde e os Estados paralelos

06.10.2023 00:00 4 minutos de leitura
avatar

Madeleine Lacsko

Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

Comentários (0)

Torne-se um assinante para comentar

Notícias relacionadas

TSE multa Lula em R$ 250 mil

TSE multa Lula em R$ 250 mil

29.04.2024 21:40 2 minutos de leitura
Visualizar notícia
Todos os distritos de São Paulo estão em epidemia de dengue

Todos os distritos de São Paulo estão em epidemia de dengue

29.04.2024 20:32 3 minutos de leitura
Visualizar notícia
Crusoé: Com Lula, número de funcionários públicos volta a subir

Crusoé: Com Lula, número de funcionários públicos volta a subir

29.04.2024 19:26 2 minutos de leitura
Visualizar notícia
Jogadora da seleção enfrenta câncer

Jogadora da seleção enfrenta câncer

29.04.2024 18:56 3 minutos de leitura
Visualizar notícia

Seja nosso assinante

E tenha acesso exclusivo aos nossos conteúdos

Apoie o jornalismo independente. Assine O Antagonista e a Revista Crusoé.