A semana na Câmara dos Deputados começa com as tratativas finais sobre quem ficará com a presidência de cada comissão permanente da Casa. Os líderes partidários têm até as 14h de terça-feira (18) para indicar à Mesa Diretora os nomes dos parlamentares escolhidos para presidir os colegiados.

A Câmara possui 30 comissões permanentes. Elas consistem em órgãos temáticos formados pelos deputados para debater e votar as propostas legislativas relacionadas a seus temas. A composição parlamentar delas é renovada a cada ano.

O interesse por presidi-las envolve o ganho de protagonismo pelas siglas. Normalmente, a definição de quem serão os presidentes já sai em fevereiro, mas a necessidade da costura de um acordo entre as siglas adiou a decisão neste ano.

A previsão agora é que a lista com os nomes dos novos presidentes e demais membros seja fechada na terça e as comissões sejam instaladas na quarta-feira (19). O regimento da Câmara estabelece que as maiores bancadas escolhem com prioridade os colegiados que desejam presidir. Ou seja, o Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro, e o Partido dos Trabalhadores (PT), do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, escolhem primeiro.

Uma das negociações envolve a presidência da Comissão de Relações Exteriores, para a qual o PL quer indicar o deputado Eduardo Bolsonaro (SP), um dos filhos do ex-presidente. O PT se posicionou contra a escolha. A sigla deve escolher também a Comissão de Direitos Humanos e a de Povos Originários.

O União Brasil, que tem a terceira maior bancada, deve ficar com a presidência da Comissão Mista de Orçamento (CMO) e da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), duas das principais. O senador Efraim Filho (União-PB) foi escolhido para presidir a CMO. Pelo acordo ainda, Isnaldo Bulhões (MDB-AL) deve ficar com a relatoria do Orçamento de 2026 da União.

A presidência da Comissão de Saúde é uma das mais cobiçadas também, pois a área responde por grande parte do Orçamento. Metade das emendas parlamentares precisa ser investida no campo da saúde.

Na quarta-feira, para quando está prevista a instalação dos colegiados, haverá sessão no plenário da Casa, mas não serão feitas deliberações de matérias, para que os parlamentares foquem no início do funcionamento das comissões.