Integrantes da executiva nacional do PT têm demonstrado preocupação com o crescimento do movimento contrário à possível aliança Alckmin e Lula (foto) para as eleições deste ano.

Como temos mostrado, petistas históricos resistem ao “Lulalckmin”. Entre eles, estão Valter Pomar, Breno Altman, os ex-presidentes da sigla José Genoino e Rui Falcão e a ex-presidente Dilma Rousseff. Na visão desses petistas, a união entre Lula e o ex-tucano é uma “traição” aos ideais do partido.

Ontem, por exemplo, Rui Falcão disse à Folha que Lula “não precisa de uma muleta eleitoral, como seria a presença do Alckmin”. Além disso, como também registramos, uma petição contra Alckmin elaborada pelo diretório petista no Butantã, bairro de São Paulo, fala em “zelar pela vida do companheiro Lula”.

Segundo apurou O Antagonista, setores mais pragmáticos do partido tentarão, em seminários internos, reforçar a importância da aliança, alegando que o gesto mostra que, para além das disputas ideológicas, o bolsonarismo precisa ser combatido.

A cúpula petista quer ainda reforçar que Lula e Alckmin têm divergências políticas pontuais, mas que isso não atrapalharia a formatação de um programa de governo.

“Aqueles no PT que defendem chapa pura de Lula, ou um vice do mesmo campo do candidato à presidente, ou perderam a noção de correlação de forças no Brasil ou querem ‘lacrar’ com o estilo ‘eu sou radical’. Mas a decisão é do Lula”, disse ontem, nas redes sociais, Alberto Cantalice, membro da executiva nacional e diretor da Fundação Perseu Abramo, braço de educação política do partido.

A preocupação da cúpula petista reside em uma questão pragmática: a liderança do partido teme que a revolta da base possa comprometer uma eventual vitória do petista, já que a possível aliança com Alckmin é vista por uma parte do PT como um dos fatores para o bom desempenho de Lula nas pesquisas de intenção de voto.