Os planos da prefeitura de Belo Horizonte em apoiar uma inédita corrida de rua da Stock Car, às margens da Lagoa da Pampulha, acabou se transformando em uma dor de cabeça para o prefeito Fuad Noman (PSD) e virou combustível para seus concorrentes em outra corrida, a eleitoral, onde ele tenta a reeleição em outubro deste ano.

Isto porque, para manter o traçado original da pista, o Conselho de Meio Ambiente municipal autorizou o corte de 63 árvores saudáveis no caminho dos carros, que passariam por ali durante o final de semana. A Comissão de Meio Ambiente da Câmara Municipal da cidade realizou uma audiência nesta quinta-feira, 29, para discutir a questão — onde a maior parte dos ouvidos se mostrou contrária a ideia.

A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) é contra a realização da prova tão perto de suas instalações. A instituição teme os impactos sobre os animais do Hospital Veterinário, que fica ao lado da proposta de pista. Os biotérios (local para criação de animais utilizados em experimentos científicos) e a Estação Ecológica, que abriga espécies ameaçadas de extinção, também estariam suscetíveis à poluição atmosférica e sonora causada por carros com motores de 500 cavalos, que chegam a 270 km/h.

A bancada do PSOL em Minas — envolvendo desde os vereadores na casa até a deputada federal Célia Xakriabá —entrou com uma ação no Ministério Público de Minas Gerai contra o prefeito. Como seu nome ainda não decolou na preferência do eleitor, a ideia da corrida automobilística caiu como uma ótima arma na mão dos seus principais concorrentes.

Rogério Correia, deputado federal que deve ser o nome do PT na cidade, pediu que Fuad “deixe nossas árvores em paz”. A também deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) indicou que pedirá a impugnação da licitação para obras da corrida, avaliadas em 32 milhões de reais. Bruno Engler (PL), um dos favoritos na eleição desse ano, ainda não se manifestou.

Já Fuad não desiste da ideia da corrida. “Stock Car…

Leia mais em Crusoé