
Crusoé: Lula perde palanque político do Mercosul
A ideia de Lula de exercer um protagonismo global, mediando a guerra na Ucrânia e se metendo no Oriente Médio, tropeça na primeira esquina da América Latina
O presidente Lula (na foto, com o presidente argentino Alberto Fernández) perdeu o palanque político do Mercosul com a vitória do libertário Javier Milei na Argentina neste domingo, 19.
A partir de 10 dezembro, quando assumirá o novo presidente na Casa Rosada, o Mercosul, que tem quatro membros-plenos, só terá o Brasil com um presidente de esquerda, Lula.
Os outros três são de direita: o paraguaio Santiago Peña, o uruguaio Luis Lacalle Pou e o argentino Javier Milei. A Bolívia deve entrar, mas ainda depende de aprovação nos Congressos dos quatro países (senadores brasileiros adiaram a votação, alegando que o país tem presos políticos).
Com Lula isolado, o petista perderá o seu “clube de amigos ideológicos” — definição usada no início do ano por Lacalle Pou para falar das cúpulas formadas entre presidentes que não avançam em negociações comerciais, apenas fazem declarações políticas a favor de ditaduras como Cuba e Venezuela.
Não que o Mercosul tenha sido criado com esse objetivo. O bloco foi pensado mais como uma área de livre comércio. A questão é que os políticos de esquerda relegaram esse tema para segundo plano, para usar os encontros apenas como púlpitos.
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