Crusoé: Extremo petismo
Indicação de Gleisi Hoffmann e possível de entrada de Guilherme Boulos podem levar a desembarque do Centrão

Ao longo da campanha presidencial de 2022, Lula conseguiu apoio de 11 das 23 legendas com representantes no Congresso.
Naquele momento, a expectativa dos partidos – principalmente os do Centrão – era de que o terceiro mandato do petista fosse marcado por uma divisão da Esplanada dos Ministérios, no mínimo, proporcional à importância dessas legendas.
Nas palavras do próprio Lula, a ideia da tal frente ampla era “reunir os divergentes para vencer os antagônicos”.
Passada a primeira metade do governo Lula 3, a tal reunião dos divergentes serviu apenas para vencer os antagônicos – leia-se o ex-presidente Jair Bolsonaro.
A tão propalada reforma ministerial iniciada por Lula em 2025, em vez de ampliar a base de apoio ao petista, fez com que o governo atual desse uma guinada ainda mais substancial ao extremo da esquerda, algo visto como perigoso principalmente pelos líderes partidários.
As duas primeiras peças desse xadrez da reforma ministerial — Alexandre Padilha na Saúde e Gleisi Hoffmann na Secretaria de Relações Institucionais — mostraram aos congressistas que Lula não confia mais no Centrão, na visão dos próprios parlamentares.
E a insatisfação dos caciques de partidos como o MDB, o PSD e o União Brasil aumentou ainda mais com a possibilidade de ter Guilherme Boulos na Secretaria-Geral da Presidência da República.
É o PT mostrando suas garras.
Líderes partidários confirmaram a Crusoé que, caso Boulos seja de fato nomeado, há a possibilidade concreta de um desembarque geral de siglas que dão alguma sustentação ao governo Lula resultando em um efeito em cascata.
Na próxima semana, a Executiva Nacional do PP deve rediscutir a saída de André Fufuca do Ministério dos Esportes.
Fufuca quer manter-se no cargo, mas a tendência é que ele volte a ser considerado da “cota pessoal” de Lula, sem qualquer tipo de compromisso partidário de manter algum vínculo com o governo.
Integrantes do PP admitem que se sentiram traídos por Lula ao não serem contemplados com o Ministério da Saúde, a menina dos olhos dos Progressistas.
Os integrantes da sigla defendiam que o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), assumisse a pasta que hoje está nas mãos de Padilha.
O Planalto ofereceu o Ministério da Agricultura. Lira achou pouco e agora…
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Comentários (1)
ALDO FERREIRA DE MORAES ARAUJO
07.03.2025 17:41Sabemos que se pudesse, Lula colocaria todos do Centrão e outras siglas não subservientes ao PT no "paredón". Que inveja de Fidel!