Crusoé: Como será possível cassar Sergio Moro?
Após maioria do TRE-PR absolver o ex-juiz contra os votos dos indicados por Lula, ministros do TSE terão de fazer um contorcionismo ainda maior do que fizeram para cassar Deltan Dallagnol
Após o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) absolver o senador Sergio Moro (União-PR) da acusação de abuso de poder econômico pelo dinheiro gasto em suas pré-campanhas ao Palácio do Planalto e ao Senado por São Paulo em 2022, os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) terão de fazer um contorcionismo ainda maior do que fizeram com Deltan Dallagnol para cassar o mandato do ex-juiz da Lava Jato, diz Crusoé.
“O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR) decidiu não cassar o mandato de senador de Sergio Moro (União-PR), acusado por PT e PL de abuso de poder econômico pelo dinheiro gasto em suas pré-campanhas ao Palácio do Planalto e ao Senado por São Paulo. Mas a expectativa geral, inclusive do próprio Moro, é de que o ex-juiz da Lava Jato será cassado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Como?”
“As denúncias apresentadas por petistas e liberais foram desmontadas logo no primeiro voto, pelo relator Luciano Carrasco Falavinha Souza. Ele expôs como não faz sentido somar os gastos de pré-campanha para punir uma eleição que só ocorreu ao Senado pelo Paraná porque o candidato não conseguiu viabilizar suas outras duas tentativas — uma delas, em São Paulo, não vingou exatamente porque o PT questionou sua mudança de domicílio eleitoral.”
“A desembargadora eleitoral Claudia Cristina Cristofani destacou em seu voto outro argumento usado por Falavinha para rechaçar a tese da acusação: PT e PL nem sequer se deram ao trabalho de discriminar os gastos de pré-campanha dos adversários de Moro. Como, então, definir se houve abuso de poder econômico do ex-juiz?”
“Já Anderson Ricardo Fogaça se prestou a contar os gastos de Moro nas pré-campanhas, e chegou a 1,2 milhão de reais, metade dos 2 milhões de reais considerados pelo MInistério Público Eleitoral (MPE) para endossar o pedido de cassação. Some-se a isso o fato de que apenas os dois desembargadores indicado por Lula para participar desse julgamento votaram por cassar Moro e o quadro estará pintado de forma límpida.”
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