A retração de 0,9% no volume de serviços prestados no mês de fevereiro em comparação com janeiro ajudou a conter a escalada dos juros vista nos últimos dias. O dado divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostrou um setor muito menos aquecido do que o esperado pelos especialistas.

As taxas para todos os prazos apresentavam retrocediam em até 5 pontos base por volta das 10h. O movimento, no entanto, não era suficiente para trazer a precificação do mercado para a Selic terminal para abaixo de 10% ao ano.

O recuo no setor de serviços interrompeu uma sequência de três meses consecutivos de expansão e ficou bem abaixo das expectativas de mercado, que vislumbravam um avanço de 0,2% na leitura mensal. Na comparação com fevereiro do ano passado, houve crescimento de 2,5%, contra um ganho esperado de 4,5%.

Os dados da Pesquisa Mensal de Serviços indicam, porém, que o volume de serviços ainda está 11,6% acima do nível pré-pandemia e 1,9% abaixo da máxima histórica, registrada em dezembro de 2022.

Quatro das cinco atividades acompanhadas pela pesquisa do IBGE tiveram queda no volume em fevereiro. A atividade de profissionais, administrativos e complementares a retração foi de 1,9%, após uma alta em janeiro impactada principalmente pelo pagamento de precatórios, que impulsionou ganhos nas atividades jurídicas. Os serviços de aluguel de máquinas e de locação de automóveis também contribuíram para a queda no grupo.

Ainda de acordo com o IBGE, outro importante recuo foi do setor de informação e comunicação (-1,5%), que perdeu parte do ganho de 3,6% dos últimos quatro meses. As demais atividades com perdas em fevereiro foram transportes (-0,9%) e outros serviços (-1,0%). Apenas as atividades de serviços prestados às famílias registraram variação positiva (0,4%).

No ano, o setor de serviços cresceu 3,3% quando comparado com o mesmo período de 2023, com expansão em todas as cinco atividades pesquisadas e 62,7% dos 166 tipos de servisos investigados pelo Instituto.