Crusoé: As falas de Lula são relaxantes
Como é maravilhoso estar num momento da minha vida em que não existe um político brasileiro que eu queira defender. Nem um sequer
Como é maravilhoso estar num momento da minha vida em que não existe um político brasileiro que eu queira defender. Nem um sequer. É extremamente relaxante. É como tirar férias, finalmente. É como alugar uma casa de praia e passar quatro anos deitado numa rede. Se Deus quiser, serão mais. Se Deus quiser, nenhum político que tenha alguma vaga aprovação minha jamais voltará a ser eleito. Todo mundo em quem eu votar vai perder, perder, perder. Para sempre. Quero que durem para sempre a superioridade moral, a descomplicação e a calmaria de espírito que vêm de não ter que defender ninguém.
“Ah, mas não foi bem isso que ele disse”, diz um amigo petista falando do Lula e do Holocausto, e vejo que ele está perturbado com isso, tenso, o rosto afogueado, todo constrangido de estar nessa situação de sentir que tem que defender o freaking Lula contra a imprensa que, na cabeça dele, é super contra o Lula. E rio, não sardônica e malignamente, mas como alguém que já esteve lá, que já foi imbecil a esse ponto. “Já fui imbecil como você, meu amigo!”, digo gentilmente, com a sabedoria das pessoas que já cometeram todos os erros possíveis. Mas ele se enfurece e finca o pé em defender o Lula.
É verdade que às vezes acontece mesmo de um político dizer algo inócuo, e da imprensa, e do público, distorcerem o que foi dito. Não foi o caso com Lula e o Holocausto. Mas mesmo que fosse. Mesmo que ele tivesse dito algo inócuo e a imprensa estivesse distorcendo tudo. De onde vem a sua sensação de que você tem que corrigir isso, de que o Lula precisa de você, que ele está de costas contra a parede, que ele não tem admiradores o suficiente para defendê-lo neste momento terrível? Por que você tem que ficar nervoso insistindo que “ele nunca disse isso”, ou que ele não quis dizer isso, ou o que seja? Por que você sente que tem que fazer justiça em nome de um pobre político?
Sim, eu já…
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