Crusoé: a política não é redentora
O mexicano Enrique Krauze, de 75 anos, começou sua trajetória intelectual na célebre revista Vuelta, ao lado do poeta e ensaísta Octavio Paz, um dos grandes nomes da literatura do século XX em língua espanhola, lembra a Crusoé...
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O mexicano Enrique Krauze, de 75 anos, começou sua trajetória intelectual na célebre revista Vuelta, ao lado do poeta e ensaísta Octavio Paz, um dos grandes nomes da literatura do século XX em língua espanhola, lembra a Crusoé. Hoje, o próprio Krauze é uma referência para as discussões políticas e culturais no México e outros países da América Latina.
Sua formação é de historiador. Mas, na tradição de Paz, ele também dirige a revista Letras Libres e a editora e produtora Clio. Seu livro mais recente, ainda sem tradução brasileira, chama-se Crítica al Poder Presidencial. É uma história da presidência mexicana desde a década de 1980, com foco especial no atual ocupante do cargo, Andrés Manuel López Obrador. Opositor ferrenho de AMLO (a sigla pela qual os mexicanos se referem ao presidente), Krauze diz que ele representa de forma acabada um dos principais flagelos da política contemporânea: o populismo.
Em 2018, Krauze afirmou que o Brasil estava “prestes a cometer um suicídio político e cultural elegendo Bolsonaro”. Questionado se ele considera que o diagnóstico foi correto, ele disse à Crusoé:
“Poucas coisas me tiram o sono como o populismo. E vejo em Jair Bolsonaro traços muito fortes da liderança populista: o estilo duro, o uso agressivo das ferramentas de comunicação, a divisão do mundo entre bons e maus. No governo, ele confirmou algumas das piores expectativas. Agiu de maneira terrível na pandemia e feriu o meio ambiente, sem entender a urgência da questão climática. Em tudo isso, aliás, ele é muito semelhante ao presidente mexicano López Obrador. O que mostra que o populismo não distingue ideologias. Mas não foi correto falar que o Brasil, como um todo, estava à beira do ‘suicídio político e cultural’. Acabei contrariando a opinião que eu mesmo tenho sobre o país.”
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