A Câmara vai realizar nesta quarta-feira, 28, às 9h uma sessão solene em homenagem aos 40 anos de fundação do Movimento Sem Terra (MST).

A solenidade é uma proposição do líder do PT na Câmara, Odair Cunha (MG), e dos deputados Valmir Assunção (PT-BA), Dionilso Marcon (PT-RS) e João Daniel (PT-SE).

A íntegra do requerimento está neste link.

No documento, os parlamentares argumentam que o MST, ao longo de 40 anos, tornou-se uma “alternativa econômica de projeto de desenvolvimento alternativo no campo brasileiro”.

Para eles, o MST tem sido “responsável não apenas pela produção de alimentos saudáveis, mas também na garantia de escolas no campo, de cultura, esporte e lazer, que constrói ferramentas para acesso aos direitos básicos”.

Qual o tamanho do MST?

Pelos dados do PT, o MST está organizado em 24 estados e conta com aproximadamente 400 mil famílias assentadas e 70 mil acampadas. Ainda conforme os dados levantados pelos parlamentares, o MST congrega 1,9 mil associações, 185 cooperativas e 120 agroindústrias.

“O MST, sem dúvidas, é o maior movimento social da América Latina. É uma expressão concreta do exercício democrático, em que há a organização popular para o cumprimento de um direito garantido pela Constituição Federal, através dos artigos 184 e 186 que tratam das competências da união no que tange a reforma agrária”, dizem os parlamentares no pedido de realização da sessão solene.

Oposição fará ato de repúdio

A oposição, no entanto, reagiu.

Os membros da Frente Parlamentar da Invasão Zero, da Frente Parlamentar da Agropecuária e parlamentares de oposição pretendem apresentar uma moção de repúdio à solenidade em homenagem ao MST. Segundo esses deputados, o MST não pode ser beneficiado com uma sessão solene, pois isso descredibiliza a Câmara dos Deputados.

“Era só o que faltava! Meia dúzia de fantoches da Câmara resolveram fazer uma ‘Sessão Solene em homenagem aos 40 anos do MST’. Será que vão falar dos crimes de invasão de terras, das famílias que perderam seu sustento nesse tempo?!”, disse o deputado Evair de Mello pelas redes sociais.

“Se analisar direitinho, são 40 anos confrontando a Justiça, recebendo recurso de maneira irregular, fraudando resultados, tirando famílias de suas terras e fazendo muita gente de besta”, disse o deputado sobre o MST.