Brasil lidera ranking de tráfico de drogas, diz pesquisa
A maioria dos brasileiros testemunhou ou ouviu relatos sobre tráfico de drogas em suas proximidades nos últimos 12 meses, segundo dados do instituto Ipsos
Seis em cada dez brasileiros (61%) relataram ter visto ou ouvido falar sobre crimes ligados ao tráfico de drogas em seus bairros nos últimos 12 meses, revela a pesquisa “Global Advisor – Crime” da Ipsos.
Este levantamento, realizado em 31 países, mede a percepção da população sobre crimes violentos e não violentos e a aplicação da lei. Os resultados colocam o Brasil no topo do ranking, com uma média global de 37%. Chile (60%) e Colômbia (54%) ocupam o segundo e terceiro lugares, respectivamente, enquanto Israel (15%), Polônia e Nova Zelândia (ambas com 22%) apresentam os menores índices.
O consumo de drogas ilícitas também é destacado no Brasil, com 72% dos entrevistados afirmando terem testemunhado esse comportamento em seus bairros, um número superior à média global de 51%. A Colômbia lidera este quesito com 80%, e Israel fica na última posição com 22%.
Principais causas da criminalidade no Brasil, segundo a pesquisa Ipsos
As principais causas da criminalidade no Brasil, conforme percebidas pela população, são:
- Pobreza e Desemprego: 49% dos brasileiros entrevistados apontam a pobreza e o desemprego como as principais causas da criminalidade. Este fator também é o mais citado na média global, com 53%.
- Educação Precária: 44% dos brasileiros consideram a educação precária como uma causa significativa da criminalidade. No cenário global, a educação é vista como a quinta causa mais importante, com 32% das menções.
- Abuso de Drogas e Álcool: 37% dos entrevistados no Brasil identificam o abuso de drogas e álcool como uma causa relevante da criminalidade, comparado a 43% na média global.
- Aplicação Ineficaz da Lei: 36% dos brasileiros percebem a aplicação ineficaz da lei como um fator contribuinte para a criminalidade, similar à média global de 37%.
Percepções sobre a violência
Quase metade dos brasileiros (48%) afirmou que viu ou ouviu falar sobre assaltos em seus bairros nos últimos 12 meses. Nesse quesito, o Brasil é o 10º colocado no ranking mundial.
África do Sul (81%), Turquia (66%), Nova Zelândia (57%), Bélgica (55%) e Irlanda (55%) completam o top 5. Colômbia (30%), Israel (33%) e Hungria (34%) são as nações com menores índices de criminalidade nas proximidades. A média global é de 46%.
A pesquisa também revela que 44% dos brasileiros acreditam que a falta de educação básica é uma das causas do crime e da corrupção em seus bairros, índice acima da média mundial de 32%.
Percepções versus realidade
Para entender melhor a relação entre as percepções da população e os dados reais sobre criminalidade no Brasil, é importante considerar algumas estatísticas objetivas:
Taxa de Homicídios: Em 2021, a taxa de homicídios no Brasil era de 21,26 por 100.000 habitantes, uma das mais altas do mundo. No entanto, houve uma redução nos homicídios nos últimos anos, com 40.429 homicídios registrados em 2023, o menor número em 14 anos.
Criminalidade Geral: Apesar da queda nos homicídios, a percepção de insegurança permanece alta. Em 2023, 36% dos brasileiros acreditavam que a violência aumentaria, mesmo com a redução nos homicídios.
Corrupção: A corrupção é um problema persistente no Brasil, influenciando a percepção de insegurança e a eficácia das instituições de aplicação da lei.
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