Bolsonaro sobre erro da PF: "Aguardemos outras correções" Bolsonaro sobre erro da PF: "Aguardemos outras correções"
O Antagonista

Bolsonaro sobre erro da PF em indiciamento: “Aguardemos muitas outras correções”

avatar
Redação O Antagonista
6 minutos de leitura 08.07.2024 18:36 comentários
Brasil

Bolsonaro sobre erro da PF em indiciamento: “Aguardemos muitas outras correções”

Relatório da Polícia Federal no inquérito da joias aponta que o comércio dos itens de luxo pode ter rendido R$ 6,8 milhões a Jair Bolsonaro

avatar
Redação O Antagonista
6 minutos de leitura 08.07.2024 18:36 comentários 0
Bolsonaro sobre erro da PF em indiciamento: “Aguardemos muitas outras correções”
Ex-presidente Jair Bolsonaro | Foto: PL/Divulgação

O ex-presidente Jair Bolsonaro alfinetou a Polícia Federal (PF) nesta segunda-feira, 8 de julho, após a corporação retificar a conclusão do relatório que fundamentou o indiciamento dele no caso das joias.

A PF originalmente afirmou que o montante de joias e presentes investigados valeriam R$ 25 milhões. Pela tarde, o valor foi reajustado para R$ 6,8 milhões.

“Aguardemos muitas outras correções. A última será aquela dizendo que todas as joias ‘desviadas’ estão na CEF, Acervo ou PF, inclusive as armas de fogo”, afirmou Bolsonaro no X, antigo Twitter.

O Antagonista não chegou a publicar notas com o valor errado.

Bolsonaro também retomou a teoria de que a sua tentativa de assassinato nas eleições de 2018 teria sido orquestrada por mais pessoas.

Duas investigações da PF já concluíram que Adélio Bispo, o autor da facada, agiu sozinho.

Bolsonaro, entretanto, não comentou nenhum dos outros apontamentos do relatório da corporação, como, por exemplo, as trocas de mensagens que apontam o conhecimento dele sobre a venda das joias sauditas.

Leia também: PF diz que Bolsonaro usou dinheiro das joias para ficar nos EUA

O que diz o relatório da PF?

O relatório da Polícia Federal no inquérito da joias aponta que o comércio dos itens de luxo pode ter rendido R$ 6,8 milhões a Jair Bolsonaro. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou o sigilo do inquérito que pede o indiciamento do ex-presidente e de outras 11 pessoas nesta segunda-feira, 8.

“O valor parcial dos presentes entregues por autoridades estrangeiras ao então presidente da República Jair Bolsonaro, ou por agentes públicos a seu serviço, que foram objeto da atuação da associação criminosa, com a finalidade propiciar o enriquecimento ilícito do ex-presidente, mediante o desvio dos referidos bens ao seu patrimônio pessoal, somou o montante de US$ 1.227.725,12 ou R$ 6.826.151,66”, afirma o relatório.

A defesa de Bolsonaro ainda não se manifestou sobre as informações do relatório. O ex-presidente vem negando qualquer tipo de participação no suposto esquema.

Relembre o caso das joias sauditas

Como mostramos, a PF alega que Bolsonaro teria usado o dinheiro da venda das joias sauditas para custear sua estadia nos Estados Unidos da América (EUA). Além disso, o inquérito aponta que o general da reserva Mauro Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, entregou US$ 25 mil (cerca de R$ 137,5 mil) ao ex-presidente.

A investigação identificou que MAURO CESAR LOURENA CID, pai de MAURO CID, a época dos fatos, lotado na agência de APEX em Miami, recebeu, em nome e em benefício de JAIR MESSIAS BOLSONARO, pelo menos 25 mil dólares, que teriam sido repassados em espécie para o ex-Presidente, visando, de forma deliberada, não passar pelos mecanismos de controle e pelo sistema financeiro formal”, informou o relatório.

A PF pede o indiciamento de Bolsonaro e dos demais citados pelos crimes de peculato (apropriação de bens públicos), lavagem de dinheiro e associação criminosa. Na decisão que retirou o sigilo do inquérito, o ministro Alexandre de Moraes determinou que os advogados das pessoas citadas no inquérito tenham acesso integral ao processo.

Além disso, a Procuradoria-Geral da República deverá analisar o caso no prazo de 15 dias. A partir do relatório, a PGR vai poder pedir o aprofundamento das investigações – como fez no caso dos cartões de vacina, por exemplo; apresentar denúncia contra os citados no relatório final; ou arquivar o caso, caso entenda que não houve crime.

Indiciamento

Além de Bolsonaro, a PF indiciou outros personagens como os advogados do presidente Frederick Wassef e Fabio Wajngarten, o ex-ajudante de ordens da Presidência da República Mauro Cid e seu pai o coronel Mauro Lourena Cid.

Wassef e Wajgarten foram iniciados pelos crimes de associação criminosa e lavagem de dinheiro e apropriação de bens públicos; já Mauro Cid pode responder pelo crime de apropriação de bens públicos.

ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque também foi indiciado, assim como o coronel do Exército Marcelo Costa Câmara outro ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro e o segundo-tenente Osmar Crivelatti que integrava o núcleo duro presidencial.

Bento pode responder pelos crimes de apropriação de bens públicos e associação criminosa. Marcelo Câmara foi indiciado apenas pelo crime de lavagem de dinheiro e Crivelatti foi imputado nas hipóteses de lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Relembre o caso das joias sauditas

As suspeitas vieram à tona em março de 2023, a partir de reportagens do jornal O Estado de S. Paulo.

Entre outras informações, o jornal revelou que a Receita Federal reteve, em 2021, um estojo feminino com joias Chopard que teria sido enviado pelo governo da Arábia Saudita à primeira-dama Michelle Bolsonaro.

No mesmo mês, a PF abriu um inquérito para apurar a movimentação das joias.

O estojo estava na mochila de um assessor do então ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, que havia voltado de uma viagem oficial à Arábia Saudita. O assessor não declarou os bens ao chegar ao Brasil.

Depois desse caso, a polícia passou a investigar também a movimentação de um kit masculino da Chopard (incluindo caneta, anel, abotoaduras, rosário árabe e relógio); dois relógios (um da marca suíça Rolex, acompanhado por joias, e outro da marca suíça Patek Philippe) e duas esculturas folheadas a ouro.

Em abril, Jair Bolsonaro e Mauro Cesar Barbosa Cid já haviam prestado depoimento à PF sobre as joias. Em 11 de agosto, em outra etapa da investigação, a PF conduziu a operação Lucas 12:2, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

  • Mais lidas
  • Mais comentadas
  • Últimas notícias
1

Janja quer passar a perna em Paulo Pimenta

Visualizar notícia
2

Musk denuncia perseguição e debocha de CVM americana

Visualizar notícia
3

A explicação da Embratur para seus ‘fantasminhas’

Visualizar notícia
4

Crusoé: Supremo controle

Visualizar notícia
5

Crusoé: Os interesses conflitantes expostos pela internação de Lula

Visualizar notícia
6

Crusoé: Tarcísio reconhece o erro

Visualizar notícia
7

Crusoé: O horror do regime de Bashar Assad

Visualizar notícia
8

Rússia lança ataque com mais de 90 mísseis contra a Ucrânia

Visualizar notícia
9

Maioria acredita que houve tentativa de golpe em 2022, indica Quaest

Visualizar notícia
10

“Não há como” governo Lula impedir uso de Bolsa Família em bets, diz AGU

Visualizar notícia
1

‘Queimadas do amor’: Toffoli é internado com inflamação no pulmão

Visualizar notícia
2

Sim, Dino assumiu a presidência

Visualizar notícia
3

O pedido de desculpas de Pablo Marçal a Tabata Amaral

Visualizar notícia
4

"Só falta ocuparem nossos gabinetes", diz senador sobre ministros do Supremo

Visualizar notícia
5

Explosões em dispositivos eletrônicos ferem mais de 2.500 no Líbano

Visualizar notícia
6

Datena a Marçal: “Eu não bato em covarde duas vezes”; haja testosterona

Visualizar notícia
7

Governo prepara anúncio de medidas para conter queimadas

Visualizar notícia
8

Crusoé: Missão da ONU conclui que Maduro adotou repressão "sem precedentes"

Visualizar notícia
9

Cadeirada de Datena representa ápice da baixaria nos debates em São Paulo

Visualizar notícia
10

Deputado apresenta PL Pablo Marçal, para conter agressões em debates

Visualizar notícia
1

Lula e Seripieri: capitalismo de compadrio?

Visualizar notícia
2

Justiça eleitoral forma maioria para cassar mandato de Zambelli

Visualizar notícia
3

Toffoli requenta retaliação à Transparência Internacional

Visualizar notícia
4

As boquinhas cruzadas das mulheres Dino e Jerry

Visualizar notícia
5

Roberto Jefferson condenado: mereceu?

Visualizar notícia
6

Crusoé: Maduro prende militar argentino acusado de espionagem

Visualizar notícia
7

O que esperar da terceira temporada de House of the Dragon?

Visualizar notícia
8

Amor, o que você quer de Natal? Uma vaga vitalícia no Tribunal de Contas

Visualizar notícia
9

Mendonça vira voto vencido em recurso de Bolsonaro contra Moraes

Visualizar notícia
10

Nunes Marques vota para manter Moraes em inquérito sobre golpe

Visualizar notícia

Assine nossa newsletter

Inscreva-se e receba o conteúdo do O Antagonista em primeira mão!

Tags relacionadas

caso das joias Jair Bolsonaro joias sauditas PF Polícia Federal
< Notícia Anterior

Aeroporto Salgado Filho reabre as portas

08.07.2024 00:00 4 minutos de leitura
Próxima notícia >

CAOA Chery Tiggo 7 tem grande aumento nas vendas em julho

08.07.2024 00:00 4 minutos de leitura
avatar

Redação O Antagonista

Suas redes

Instagram

Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

Comentários (0)

Torne-se um assinante para comentar

Notícias relacionadas

Justiça eleitoral forma maioria para cassar mandato de Zambelli

Justiça eleitoral forma maioria para cassar mandato de Zambelli

Visualizar notícia
Jovem de 16 anos desaparece em Angra dos Reis

Jovem de 16 anos desaparece em Angra dos Reis

Visualizar notícia
Alerta de chuvas e tempestade no interior de São Paulo

Alerta de chuvas e tempestade no interior de São Paulo

Visualizar notícia
Mendonça vira voto vencido em recurso de Bolsonaro contra Moraes

Mendonça vira voto vencido em recurso de Bolsonaro contra Moraes

Visualizar notícia
Icone casa

Seja nosso assinante

E tenha acesso exclusivo aos nossos conteúdos

Apoie o jornalismo independente. Assine O Antagonista e a Revista Crusoé.