Em maio deste ano, a família Bolsonaro escolheu se filiar ao Patriota, antigo Partido Ecológico Nacional (PEN). O senador Flávio assinou ficha de filiação e tinha a missão de preparar o terreno para o pai.

Não deu certo, como noticiamos. Bolsonaro (foto) quis tomar o partido na marra e acabou intensificando um racha interno que culminou na troca de comando da legenda.

O atual presidente do Patriota, Ovasco Resende, conversou com O Antagonista sobre a nova tentativa do presidente da República de se filiar a uma legenda, desta vez o PL de Valdemar Costa Neto, também com atritos.

“A história se repete”, disse Ovasco.

O dirigente partidário afirmou que Bolsonaro “não tem bom senso” para negociar filiação a um partido.

“Na vida — empresarial, familiar e, principalmente, política –, você não faz nada sem ceder, sem dar um passo para trás. Não existe articulação quando você entra em uma casa que já está pronta e quer ficar com os melhores e maiores quartos”, acrescentou.

Ovasco também colocou em dúvida o teor de declarações de Bolsonaro.

“Quando ele fala que está 99% fechado com o PL, ele está querendo dizer justamente o contrário. Porque, pelo jeito, os ajustes a serem feitos por lá são em estados como São Paulo e Pernambuco, que, claro, não representam somente 1%.”

Ovasco disse, ainda, que “o tempo vai passando” e os aliados “vão ficando inseguros”. Para buscar a reeleição, Bolsonaro terá até março para se filiar a um partido.