"Bolsonaro não é vela; é âncora", diz Marcelo Ramos, sobre filiação do presidente ao PL "Bolsonaro não é vela; é âncora", diz Marcelo Ramos, sobre filiação do presidente ao PL
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“Bolsonaro não é vela; é âncora”, diz Marcelo Ramos, sobre filiação do presidente ao PL

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Wilson Lima
5 minutos de leitura 15.01.2022 16:00 comentários
Brasil

“Bolsonaro não é vela; é âncora”, diz Marcelo Ramos, sobre filiação do presidente ao PL

Uma das principais vozes de oposição a Jair Bolsonaro, o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), afirma que pretende definir em março seu novo partido. Para o parlamentar, que deixará o PL por causa da entrada do chefe do Poder Executivo...

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Wilson Lima
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“Bolsonaro não é vela; é âncora”, diz Marcelo Ramos, sobre filiação do presidente ao PL
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Uma das principais vozes de oposição a Jair Bolsonaro, o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), afirma que pretende definir em março seu novo partido.

Para o parlamentar, que deixará o PL por causa da entrada do chefe do Poder Executivo, a sigla de Valdemar Costa Neto pode ter cometido um erro ao aceitar a filiação do presidente da República.

Eu acho que o PL fez uma aposta que vai dar errado. Aposto que o partido não vai eleger tantos deputados federais quanto eles imaginam por conta dessa queda de popularidade do Bolsonaro”, disse o parlamentar.

Ele ainda acrescentou:

“Todo mundo acha que Bolsonaro é ‘vela’ [náutica], que o vento bate e faz o barco andar mais rápido. Mas eu acho que ele vai ser âncora.”

Ele ainda acrescenta que Bolsonaro terá dificuldades em conseguir reverter seus índices de rejeição, porque a crise, na visão dele, deixou de ser ideológica e passou a atingir o bolso dos brasileiros.

Hoje, a crise provocada por Bolsonaro é a crise do cara que não consegue mais comprar um gás de cozinha; é a crise do cara que deixou de comer carne para comer frango, e depois deixou de comer frango para comer ovo e agora não consegue comer nem ovo.

Leia abaixo os principais trechos da entrevista:

Deputado, o senhor deixou o PL no final do ano passado. Já decidiu seu novo partido? O PSD é uma alternativa?

Vamos ver. É uma decisão que ainda não tomei. Tem que esperar como vão funcionar as federações partidárias e quem vai se coligar com quem. Em fevereiro terei essas conversas e no início de março eu me filio ao novo partido.

O senhor saiu do PL após não concordar com a entrada de Jair Bolsonaro na sigla. Qual é a sua avaliação sobre o ingresso do presidente no partido? Quem tem mais a ganhar com esse casamento?

Eu acho que, para o Jair Bolsonaro, era a única saída que ele tinha. Ele não é mais um fenômeno eleitoral. Ele é um candidato competitivo, por ter a máquina [administrativa] na mão, mas não é mais um fenômeno. Para ele, era a única alternativa. Ele precisa de tempo de TV e de estrutura partidária para disputar a eleição.

E para o PL, foi um bom negócio a entrada do Bolsonaro?

O PL fez uma conta de que, com o Bolsonaro no partido, vai conseguir eleger mais deputados federais. Na ordem natural das coisas, isso é verdade. Só que eu acho que, pelo caminho que o Bolsonaro vai, a coisa pode não funcionar dessa forma. Todo mundo acha que Bolsonaro é ‘vela’ [náutica], que o vento bate e faz o barco andar mais rápido. Mas eu acho que ele vai ser âncora. Que o barco vai tentar arrancar e não vai conseguir.

Mas por qual motivo?

Por quê? Porque a crise com o Bolsonaro é uma crise que desceu da consciência e já atinge o bolso. A oposição a Bolsonaro não é mais uma oposição política, de quem não aceita as besteiras que ele fala, de quem não aceita que ele é contra máscara, que ele aglomere, fale em fechar o Supremo… Hoje, essa crise tem natureza econômica.

Hoje, a crise provocada por Bolsonaro é a crise do cara que não consegue mais comprar um gás de cozinha; é a crise do cara que deixou de comer carne para comer frango, e depois deixou de comer frango para comer ovo e agora não consegue comer nem ovo; é a crise de quem não está conseguindo pagar nem a conta de energia; é a crise da classe média, que está deixando o carro em casa porque não consegue mais pagar a gasolina.

Então, essa crise só se resolve pela economia e eu não vejo nenhuma chance de que esse cenário seja revertido esse ano.

Então, o PL fez uma aposta errada?

Eu acho que o PL fez uma aposta que vai dar errado. Aposto que o partido não vai eleger tantos deputados federais quanto eles imaginam por conta dessa queda de popularidade do Bolsonaro. O PL vai sair de um partido que tem hoje 43 deputados federais absolutamente fieis à liderança do Valdemar [Costa Neto] e vai se transformar em uma sigla que pode até eleger 50 parlamentares, ou mais, porém terão ali uns 20 bolsonaristas e, considerando que provavelmente Bolsonaro vai perder a eleição, esses deputados só vão atrapalhar.

O senhor apostaria em uma derrota do Bolsonaro hoje? Quem venceria no atual cenário?

Ah, eu acho muito difícil que o Lula não seja o próximo presidente. Tem que acontecer alguma coisa. Ou algo na economia, que resgate o Bolsonaro; ou alguma coisa muita extraordinária que viabilize um outro candidato. Eu acho muito difícil que o próximo presidente não seja Lula. Mas política é ‘nuvem’. Você olha está de um jeito, quando olha instantes depois, o cenário é outro. Mas, com os elementos que nós temos hoje, dificilmente Lula não seria eleito.

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Wilson Lima

Wilson Lima é jornalista formado pela Universidade Federal do Maranhão. Trabalhou em veículos como Agência Estado, Portal iG, Congresso em Foco, Gazeta do Povo e IstoÉ. Acompanha o poder em Brasília desde 2012, tendo participado das coberturas do julgamento do mensalão, da operação Lava Jato e do impeachment de Dilma Rousseff. Em 2019, revelou a compra de lagostas por ministros do STF.

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