Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso (foto) discursou no ato que destaca o primeiro aniversário da invasão das sedes dos Três Poderes, promovido nesta segunda-feira, 8. No discurso, o ministro defendeu que o ataque foi impensado, apesar de ser precedido por anos de preparação.

“A depredação das sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro passado não foi um ato isolado, não foi um caso fortuito ou um mero acidente de percurso. Embora impressentido, foi um ataque meticulosamente preparado”, disse Barroso, durante sua fala. “O dia da infâmia foi precedido de anos de ataques às instituições, ofensas a seus integrantes, ameaças de naturezas diversas e disseminação do ódio e de mentiras.”

O ministro — o mesmo que disse “perdeu, mané” a bolsonaristas em Nova York e, depois, celebrou ter vencido o bolsonarismo — disse que este estes ataques ocorreram porque “banalizou-se o mal, o desrespeito, a grosseria, a agressividade, a falta de compostura. Passamos a ser malvistos globalmente — um Brasil que deixou de ser Brasil. Porém, a despeito de tudo, as instituições prevaleceram e a democracia venceu.”

Ele ainda afirmou que pessoas “aparentemente comuns” foram insufladas por sentimentos antidemocráticos e transformadas em criminosos e aprendizes de terroristas. Todos eles, segundo Barroso, “estão sendo punidas na forma da lei”. Até agora, o STF já condenou 25 dos envolvidos nos atos.

Barroso dividiu parte da sua gestão, em 2023, com a então presidente da Suprema Corte, Rosa Weber. Considerada a responsável pela reconstrução física do tribunal e pelo julgamento dos primeiros réus pelos crimes daquela data, a ex-ministra foi aplaudida em diversos momentos nos discursos de Barroso e do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.

Antes, a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), discursou no ato, para cobrar união das autoridades e a punição dos envolvidos na invasão, quebra-quebra e financiamento dos manifestantes bolsonaristas.