O vereador Rubinho Nunes (União Brasil), da cidade de São Paulo, anunciou hoje, 6, que irá protocolar um pedido de afastamento do padre Júlio Lancellotti de suas funções como páraco.

O parlamentar é o autor da proposta de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a conduta do religioso.

De acordo com a CNN Brasil, a decisão do vereador vem após a divulgação de notícias que apontam um suposto caso de abuso sexual envolvendo o padre. Para Nunes, tais acusações representam um desrespeito à imagem da igreja e aos fiéis.

O que diz a Arquidiocese de SP?

A Arquidiocese de São Paulo anunciou na noite de segunda-feira, 5, que “a recente divulgação de laudos periciais com resultados contraditórios e a notícias de um suposto novo abuso sexual envolvendo” o padre Júlio Lancellotti (foto) “requerem uma nova investigação da parte da Arquidiocese para a busca da verdade”.

Em nota assinada pelo padre Michelino Roberto, vigário episcopal para a Pastoral da Comunicação da Arquidiocese de São Paulo, a instituição esclarece ainda que “não houve e não há arquivamento” da denúncia encaminhada sobre Lancellotti pela Presidência da Câmara Municipal de São Paulo.

CPI das ONGs

As recentes denúncias podem reacender as discussões sobre a instalação da CPI, que tem como objetivo investigar a atuação do padre Júlio Lancellotti.

Ainda hoje, Rubinho Nunes terá uma reunião com o presidente da Câmara Municipal, Milton Leite, e outros vereadores para debater o assunto.

O vereador ressalta que a CPI é independente dos fatos divulgados hoje, mas reconhece a gravidade das denúncias, o que reforça a necessidade de uma investigação rigorosa.

O que diz o padre Júlio Lancellotti?

Por sua vez, o padre Júlio Lancellotti emitiu uma nota afirmando que recebeu o pronunciamento da Arquidiocese com serenidade e paz de espírito.

“Com serenidade e paz de espírito, a nota da Arquidiocese de São Paulo, publicada na presente data, informando que apura as acusações lançadas nos últimos dias”, escreveu o padre.

“Esclareço que as imputações surgidas recentemente — assim como aquelas que sobrevieram no passado — são completamente falsas, inverídicas e tenho plena fé que as apurações conduzidas pela Arquidiocese esclarecerão a verdade dos fatos”, segue sua mensagem.

Segundo o padre, “as acusações estão imbricadas em uma rede de desinformação, que mascara eventuais interesses de setores do poder político e econômico em ceifar aquilo que é o sentido do meu sacerdócio: a luta pelos desamparados e pelo povo de rua”.