Após “traição”, Haddad acena a Lira e Pacheco por ‘passos juntos’
Líder do governo no Senado, Jaques Wagner disse que, apesar de o Palácio do Planalto ter interrompido a discussão sobre a desoneração por meio de ação no STF, "para nós, a discussão ainda não está encerrada"
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (foto), fez um aceno público aos presidentes da Câmara e do Senado para celebrar o que classificou como “geração de emprego com inflação controlada”.
A postagem em que presta seus “agradecimentos aos presidentes [Arthur] Lira e [Rodrigo] Pacheco”, foi feita na esteira do que o relator do Orçamento de 2025 no Congresso, senador Angelo Coronel (PSD-BA), classificou como “traição” do governo com o parlamento.
“Para nós, foi uma surpresa, foi uma apunhalada pelas costas. Na verdade, foi uma traição ao Congresso. Acho que o presidente Lula está sendo mal-aconselhado por alguns de seus ministros. Tem ministro induzindo ele a acabar com esse diálogo”, reclamou Coronel ao comentar a ação do Palácio no Planalto no Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender a validade da lei que prorrogou a desoneração da folha de pagamento de 17 setores e de prefeituras.
Na noite de terça-feira, 30 de abril, Haddad publicou um vídeo para celebrar os números sobre desemprego, que ficam positivos a depender de onde se olha, e dizer aos presidentes da Câmara e do Senado que “todo passo que damos juntos e na mesma direção é um passo em benefício de todos brasileiros”.
“Erro primário”
Pacheco disse na terça-feira, 30 de abril, que “a judicialização de temas próprios da política quando o diálogo ainda não tenha se esgotado é um erro primário”.
“Além de desgastar a relação com o Legislativo e revelar desarticulação, expõe o Judiciário a algo que ele precisa se apartar: a política”, completou o presidente do Senado, que cancelou um almoço com líderes do governo Lula depois do impasse sobre a desoneração da folha de pagamentos.
Líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA) disse em plenário na terça que, apesar de o Palácio do Planalto ter interrompido a discussão por meio de ação no STF, “para nós, a discussão ainda não está encerrada”. “O que o governo quer é que nós coloquemos quando é que sai [a isenção], porque foi colocado um ano, dois anos, agora quatro. Na próxima será oito?”, discursou.
Se isso é dar passos juntos…
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