Após episódio com Haddad em 2018, CNBB cria regras para audiências com candidatos
Após uma reunião com Fernando Haddad em 2018 provocar reações negativas entre fiéis e na cúpula da Igreja Católica, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) decidiu criar regras para audiências com candidatos às eleições deste ano. Segundo um documento divulgado pela entidade, as solicitações de audiências deverão ser feitas por meio oficial e ficarão registradas na CNBB. Todos os pedidos -- de candidatos de qualquer partido ou vertente política -- serão atendidos...
Após uma reunião com Fernando Haddad em 2018 provocar reações negativas entre fiéis e na cúpula da Igreja Católica, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) decidiu criar regras para audiências com candidatos às eleições deste ano.
Segundo um documento divulgado pela entidade, as solicitações de audiências deverão ser feitas por meio oficial e ficarão registradas na CNBB. Todos os pedidos — de candidatos de qualquer partido ou vertente política — serão atendidos.
Em tese, os candidatos à Presidência da República serão recebidos pelo presidente da CNBB e pelo secretário-geral, acompanhados das assessorias política e de comunicação da Conferência e do candidato. A participação de qualquer outra pessoa terá de ser avaliada e, se for o caso, autorizada pela CNBB.
“Mesmo que os pedidos sejam feitos a um dos membros da presidência [da CNBB] ou a outro bispo, o solicitante deve ser orientado a encaminhar seu pedido necessariamente via assessoria política.”
As audiências serão necessariamente presenciais e durarão, no máximo, uma hora. A imprensa não terá acesso ao local dos encontros — os integrantes da CNBB e os candidatos poderão dar entrevistas na saída da reunião.
Ainda de acordo com o documento da CNBB, os bispos procurarão tratar dos mesmos assuntos com todos os candidatos, incluindo o acordo Brasil-Santa Sé, as defesas da democracia e do Estado laico, além de temas como educação e justiça social.
Nos estados, os bispos que tratarem das eleições publicamente, seguindo orientação da CNBB, se manifestarão “exclusivamente em nome próprio”, “não falando, portanto, em nome da CNBB”.
Em outubro de 2018, às vésperas da eleição, o petista Fernando Haddad (foto) — à época candidato do então presidiário Lula — foi recebido na sede da CNBB, em Brasília, por dom Leonardo Ulrich Steiner, que era o secretário-geral da entidade. Após o mal-estar interno provocado pela reunião, Steiner acabou divulgando uma nota na qual dizia, entre outras coisas, que “a CNBB é uma instituição aberta ao diálogo com pessoas e grupos da sociedade brasileira”. Apoiadores de Jair Bolsonaro organizaram um protesto em frente à CNBB.
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