A relutância de Mourão sobre mudar a Lei da Ficha Limpa
"A Lei da Ficha Limpa foi uma lei de iniciativa popular, e ela nasce na esteira das condenações do mensalão", comentou o senador, que defende anistia a Bolsonaro

Vice-presidente de Jair Bolsonaro, o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS, foto) demonstrou relutância nesta terça-feira, 11, sobre as tentativas de mudar a Lei da Ficha Limpa. Aliados de Bolsonaro articulam o enfraquecimento da legislação para permitir que ele dispute a presidência em 2026.
“Vejo com uma certa dificuldade”, disse Mourão, em entrevista ao programa Meio-Dia em Brasília, ao ser questionado sobre a proposta de reduzir o período de inelegibilidade imposto pela lei de oito para apenas dois anos.
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“Vamos lembrar o seguinte: há um projeto que estava sendo relatado pelo senador Weverton, ano passado, que abrangia o momento do início da contagem da inelegibilidade. E, no plenário, não teve voto, foi retirado. Ele não mexia no tempo de inelegibilidade, mexia apenas na contagem do prazo , e isso era muito importante para a eleição do ano passado, para alguns candidatos a prefeito, e terminou não sendo aprovado”, comentou.
“Portanto, vejo que agora terá que haver uma mudança total de visão sobre essa questão. Sempre lembrando que a Lei da Ficha Limpa foi uma lei de iniciativa popular, e ela nasce na esteira das condenações do mensalão, no ano de 2010. Até então a inelegibilidade era de três anos, se não me engano, passou para oito. Portanto, é um assunto que vai ser discutido, mas, no Senado, é um assunto que eu vejo com uma certa dificuldade”. completou.
Anistia
Mourão defende, contudo, que uma possível anistia aos presos pelo vandalismo do 8 de janeiro de 2023 contemple Bolsonaro, o que permitiria que ele disputasse a eleição em 2026.
“O presidente Jair Bolsonaro está injustamente tornado inelegível por uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral, por aquela reunião que ele realizou com os embaixadores, para comentar a respeito do pensamento dele sobre o processo eleitoral do Brasil, e posteriormente por aquela questão do 7 de Setembro de 2022. É uma punição um tanto quanto forte para os fatos que ocorreram”, comentou o senador, seguindo:
“No entanto, ainda tem processos a que o presidente está submetido, e é óbvio que esses processos estão todos ligados com o 8 de janeiro, a partir do momento em que se construiu uma narrativa no país de que existiu efetivamente uma tentativa de derrubada do Estado de direito no nosso país. Portanto, considero que essa anistia vai abranger também uma possível condenação futura do presidente Bolsonaro.”
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Comentários (2)
Carlos Renato Cardoso Da Costa
11.02.2025 16:21Oxalá. Matar a lei da ficha limpa é um acinte.
Luis Eduardo Rezende Caracik
11.02.2025 14:22Senador, sua falta de vergonha só não é maior do que seu silencio covarde quando os fatos se desenrolaram.