A jogada da oposição para aprovar a anistia aos réus do 8 de janeiro
A ideia é buscar um perdão apenas para crimes como associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe

Integrantes da oposição iniciaram nesta semana conversas com deputados do Centrão para tentar viabilizar a anistia aos réus aos atos de 8 de janeiro. A ideia agora é buscar um perdão apenas para crimes como associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado.
A informação foi divulgada pelo G1 e confirmada por este portal. Assim, as pessoas que foram presas por participar do quebra-quebra da Praça dos Três poderes poderiam responder por crimes de menor potencial ofensivo, como dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Para estes casos, as penas são de detenção e não de prisão. Ou seja, os réus poderiam ser beneficiados com a imposição de sanções alternativas como, por exemplo, pagamento de cestas básicas ou prestação de serviços à comunidade.
A nova jogada com o Centrão sobre o 8 de janeiro
Na visão de líderes ouvidos por este portal, a busca pela anistia apenas por esses crimes mais graves pode facilitar as negociações com deputados do Centrão e, ao mesmo tempo, dar uma punição às pessoas que participaram da depredação das sedes do Senado Federal, do Palácio do Planalto, do Supremo Tribunal Federal e da Câmara dos Deputados.
“Se for necessário para conseguir mais votos, pode ser uma alternativa. O importante é corrigir a injustiça e tirar todos da cadeia”, disse a O Antagonista o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ).
“Estamos trabalhando bastante, e estamos bem próximos de termos os votos que precisamos para aprovar a anistia”, acrescentou ele.
“Nós precisamos que o pessoal do 8 de janeiro seja anistiado. Ninguém concorda com quebradeira de vidraça ou de prédio público. Agora, foi uma minoria barulhenta [que causou o estrago]. Houve pessoas que tiraram fotos aqui e estão pegando 17 anos de cadeia”, disse o senador Jorge Seif (PL-SC) em entrevista ao programa Meio-Dia em Brasília.
Como mostramos nesta semana, acenos feitos ao longo dos últimos dias tanto pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, quanto pelo presidente da Câmara, Hugo Motta, animaram integrantes da oposição e impulsionaram movimentos pela anistia aos réus dos atos de 8 de janeiro.
“Eu acho que na hora que você solta um inocente ou uma pessoa que não teve um envolvimento muito grande (no 8 de janeiro) é uma forma de você pacificar [o país]. Esse país precisa ser pacificado. Ninguém aguenta mais esse radicalismo. A gente vive atrás de culpados”, afirmou o ministro de Lula no programa Roda Viva, da TV Cultura.
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Comentários (4)
Márcia Cristina Reimann
14.02.2025 18:17Esses presos podem "virar o jogo" na próxima eleição... Tomemos como exemplo os torturados na "ditadura" militar, onde os "baderneiros" e "revolucionários" eram da esquerda. B Deixem os torturados atuais falarem, dê-lhes voz, e teremos novos ventos a soprar em terras brasileiras...
Denise Pereira da Silva
14.02.2025 15:25Parlamentares da ”direita” bolsonarista querendo posar de mocinhos perante o eleitorado, demonstrando “preocupação e indignação” em relação à massa de manobra que foi presa por incitação dos primeiros.
Fabio B
14.02.2025 08:56Esses condenados foram manipulados, usados e descartados. Agora servem só de palanque. Mas de fato, neste país, uma pena de 10 a 15 anos pro crime deles é bem desproporcional. Pois assassinos tem pena menor e assaltantes reincidentes, mesmo presos em flagrante, raramente passam 24 horas detidos (isso quando não são soltos imediatamente na audiência de custódia). Ainda assim, eles não são nem um pouco inocentes e não merecem anistia.
Marcia Elizabeth Brunetti
14.02.2025 08:01Se 2026 mudar a presidência de Esquerda para uma de Direita, esse pessoal será anistiado. Então, quem está preso que peça para seus familiares e amigos que façam propaganda para impedir Lula e sua turma voltar ao poder nas próximas eleições. E, se esses parentes e amigos são sensatos saberão que a Direita que se trata aqui não é Bolsonaro que não se preocupou nem um pouco com os patriotários encarcerados.