“Já não acho que a federação vá sair, nem o PT quer mais”, disse nesta quinta-feira uma liderança do PSB a O Antagonista. 

O projeto de reunir PT, PSB, PCdoB e PV em uma aliança com duração de quatro anos parou de avançar nos últimos quinze dias. Isso se deve principalmente a impasses entre os dois primeiros partidos. Nesta semana, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, e o vice-presidente do PT, o deputado José Guimarães, chegaram a trocar farpas pela imprensa. 

Depois de uma longa reunião nesta quarta-feira, o PSB redigiu um documento com oito sugestões para o funcionamento interno da federação, que foi encaminhado hoje às demais legendas. 

As duas principais propostas demonstram a insatisfação do PSB com um desenho organizacional feito anteriormente, com base no número de representantes de cada legenda na Câmara dos Deputados (foto). Seguindo essa proporção, o conselho diretor da federação seria composto 27 nomes do PT, 15 do PSB, 4 do PV e 4 do PCdoB.

Agora, o PSB recomenda que o número de vereadores e prefeitos eleitos em 2020 também seja levado em conta. Além disso, propõe que votações por maioria qualificada requeiram quatro quintos dos votos. 

As duas medidas têm a clara finalidade de dificultar que o PT consiga controlar facilmente a aliança.

Além de discordâncias sobre o estatuto da federação, PT e PSB enfrentam impasses em São Paulo, Espírito Santo e Rio Grande do Sul, estados onde os dois partidos têm nomes para disputar o governo.