Durante visita a um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), nesta sexta-feira, 7, em Campo do Meio, Minas Gerais, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, esquecendo-se de suas próprias palavras sobre pacificação e união nacional, ditas novamente – e falsamente – semanas atrás, atacou duramente o ex-presidente Jair Bolsonaro, chamando-o de mentiroso, covarde, golpista e outros impropérios.

“As pessoas mentem. A fábrica da mentira nesse país, que foi divulgada por um presidente da República que eu não quero citar o nome. Que se diz inocente mas está pedindo anistia antes de ser julgado. Ele deveria ter coragem de esperar o julgamento, provar sua inocência antes de pedir anistia. Ele na verdade está com medo, porque ele sabe que cometeu um deslize neste país.”

E continuou o petista: “E veja que eu nem trato das minhas questões pessoais. Mas ele foi covarde, tramou um golpe, tramou a morte de um presidente, de um vice, de um presidente da Justiça Eleitoral, e quando ele não conseguiu, ele meteu o rabo entre as pernas, foi pra Miami e deixou os companheiros dele aqui. Por isso ele tem que ser julgado. Ele que tenha a coragem que eu tive. Se é inocente, brigue pela sua inocência, prove que foi inocente.”

O sujo e o mal lavado

Bem, que Lula tem razão, isso tem. Nada do que disse é mentira, ainda que seja um mentiroso contumaz. Aliás, é difícil decidir qual dos dois, se Jair Bolsonaro ou Lula da Silva, é o mitômano-mor do Brasil. Felipe Moura Brasil costuma utilizar uma expressão perfeita, que cabe como uma luva aqui: “É um querendo se limpar na sujeira do outro”.

No mesmo evento, Lula disse estar preocupado com o preço dos alimentos, e vociferou: “Estamos tentando encontrar uma solução. A gente não quer brigar com ninguém. A gente quer encontrar uma solução pacífica, sem nada, mas se a gente não encontrar, a gente vai ter que tomar uma atitude mais drástica, porque o que nos interessa é levar comida barata à mesa do povo brasileiro.”

Sério? Vai fazer o quê? Vai tabelar os preços? Vai expropriar produtores? Vai mandar prender empresários? Vai estatizar os supermercados e sacolões? É o tipo de fala mentirosa, vazia, populista, pois nada do que disse encontra eco na realidade ou de fato se realizará. Mas mentir para pessoas sem instrução e sem capacidade analítica é o esporte favorito da “alma mais honesta do país”, para depois, ainda que com razão, acusar os outros do que é, e faz.