O senador Davi Alcolumbre, aliado político de Lula e novamente presidente do Senado, concedeu um dia de folga a cada três dias trabalhados aos servidores da Casa, além de aumentar-lhes o vale alimentação em 22%, para R$ 1.7 mil mensais. O mesmo senhor, conforme mostrou O Antagonista, destinou 15 milhões de reais a uma ONG ligada a um assessor seu.

Já Hugo Mota, o novo presidente da Câmara dos Deputados, não satisfeito em um parlamento com mais membros do que, por exemplo, o norte-americano, ainda que os Estados Unidos tenham uma população de mais de 300 milhões de pessoas, contra pouco mais de 200 milhões no Brasil, quer aumentar o número de parlamentares federais, lembrando que nosso Congresso Nacional é o segundo mais caro do planeta, justamente atrás dos EUA.

Na esfera do Judiciário, além dos 60 dias de férias, acrescidos de finais de semana e feriados prolongados, salários e benefícios espetaculares, impensáveis aos trabalhadores da iniciativa privada, ao custo de mais de 130 bilhões de reais por ano, temos, ainda, lagostas e vinhos importados nas cortes superiores a regar os jantares togados, e lencinhos e gravatas distribuídos aos nobres visitantes.

Grãozinhos de areia

Sob o governo Lula, o rombo das estatais é recorde, mas isso não as impede de destinar dezenas, centenas de milhões de reais em patrocínios de eventos escolhidos a dedo, por exemplo, por Janja da Silva e seu “Fuck You, Elon Musk” Janjapalooza. Aliás, em tempos de déficit fiscal descontrolado, o governo federal espera regar os cofres de agências de publicidade e veículos de comunicação amigos com cerca de 3.5 bilhões de reais em 2025.

Acima, vai um pouquinho, mas um pouquinho mesmo, uma migalha de todos os bilhões e bilhões de reais gastos pelos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), em todas as esferas (municipal, estadual e federal), com despesas ou desnecessárias ou exageradas, que poderiam ou ser melhor empregadas ou simplesmente evitadas, mas que, ao contrário, são cada vez mais acintosas e crescentes, obviamente custeadas pelas sociedade.

Bem. Vamos lá. Em mais um evento com cara, cheiro e tom de campanha antecipada – adivinhem quem está pagando! -, o presidente Lula, em mais uma de suas bravatas intelectualmente imorais e desonestas, para um público humilde, bradou: “Estou querendo descobrir onde é que teve um ladrão que passou a mão, que passou a mão no direito de comer ovo do povo brasileiro“. 

Nomes aos bois

A “alma mais honesta desse país”, presa em 2018 por corrupção e lavagem de dinheiro, após condenações em primeira e segunda instâncias, ratificadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), tendo as penas posteriormente anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), meramente por questões jurídicas, sem jamais inocentá-lo das acusações anteriores, se referia ao preço da dúzia de ovos, hoje nas alturas como o de quase todos os alimentos.

Boa parte dessa inflação é originada pela gastança desenfreada do próprio governo, pela concessão de crédito farto e auxílios assistenciais que irrigam a economia artificialmente, pela desvalorização do real como consequência da falta de credibilidade do país e pela incapacidade de produção de alguns segmentos, estagnados pela falta de investimentos, decorrente dos altos juros que o Banco Central é obrigado a manter por conta da irresponsabilidade e incompetência do governo federal.

Sendo assim, por tudo descrito acima, informo ao presidente Lula onde estão todos os “ladrões de ovos” que ele procura, que estão roubando “O direito do pobre de comer no Brasil”. Sem grande esforço, já que dentro de seus próprios e vizinhos nababescos palácios, ele encontrará os “gatunos de ovos”. Alguns passos em direção aos amigos empresários da J&F, Joesley e Wesley Batista, por exemplo, e/ou políticos de estimação, como José Dirceu, e seu balaio restará um pouquinho mais cheio. Coragem, Lula.