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Lula, o ‘efeito teflon’ acabou

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Wilson Lima
3 minutos de leitura 08.03.2024 07:10 comentários
Análise

Lula, o ‘efeito teflon’ acabou

Pesquisas apontam que Lula perdeu popularidade após comparar a ação de Israel contra o Hamas em Gaza ao Holocausto

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Wilson Lima
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Lula, o ‘efeito teflon’ acabou
Foto: Ricardo Stuckert / PR

Durante seus dois primeiros mandatos, o presidente Lula foi beneficiado por um dos mais poderosos fenômenos da psicologia social, a dissonância cognitiva coletiva. Para quem não conhece, o conceito de dissonância cognitiva remete ao paradoxo vivido por um cidadão que detém uma opinião sobre um assunto, mas, por fatores externos/internos, adota comportamentos incoerentes com o que sente. Em bom português: é o clássico – “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”.

Na era Lula – início dos anos 2000 -, essa dissonância cognitiva foi apelidada de “efeito teflon” (hoje seria chamado efeito ‘Flavorstone’ – em referência às panelas chiques da Polishop). Nada grudava em Lula: Mensalão, esquema Waldomiro Diniz, escândalo dos aloprados… Nada, absolutamente nada.

Mas aqueles eram outros tempos. Pleno emprego, ápice dos programas sociais, Minha Casa, Minha Vida bombando… O brasileiro mais humilde experimentava suas primeiras viagens de avião. Havia, naquele momento, a ascensão de uma nova classe média. Uma nova casta de cidadãos que, pela primeira vez, conseguia experimentar o gostinho de ter um trocado sobrando no final do mês após pagar todos os boletos. E boletos que não eram tão caros quanto os de hoje.

Culpa do PT

Esse tempo não existe mais. E por culpa do próprio PT. Lula, sempre de olho no passado, tenta agora persuadir o incauto eleitor a ignorar os tempos de vacas magras com a esperança de picanhas gordas no futuro. As pesquisas, felizmente, revelam que essa tática não funciona mais.

Nesta semana, dois levantamentos dão a dimensão exata do abacaxi que Lula e seu time da articulação política precisa descascar. Pela primeira vez, mais da metade dos brasileiros reprova o governo Lula, segundo levantamento Altas Intel. Em um mês, o índice de aprovação caiu 4%. Na Genial/Quest, Lula perdeu três pontos percentuais. Sua aprovação foi a 51%, o menor patamar desde o início do mandato.

As duas pesquisas revelam que as asneiras ditas por Lula sobre Israel foram determinantes para esse desempenho. Ligar a reação de Israel ao Holocausto foi de uma infantilidade sem tamanho e só serviu para perder votos junto aos eleitores evangélicos. Lula não conseguiu influenciar em nada no debate internacional sobre o tema e ainda perdeu potenciais votos. Tudo errado.

E a picanha?

Nos mandatos anteriores, o petista podia falar o que quisesse. O cidadão brasileiro estava feliz, radiante… tinha esperança. Lula, bem ou mal, cumprira parte do acordo com a sua claque e até mesmo com quem não tinha votado no petista. Agora não. Lula prometeu, mas ainda não colocou picanha no prato do brasileiro. Sem picanha e sem cerveja, não há bobagem dita por Lula que seja ignorada pelo eleitor.

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Wilson Lima

Wilson Lima é jornalista formado pela Universidade Federal do Maranhão. Trabalhou em veículos como Agência Estado, Portal iG, Congresso em Foco, Gazeta do Povo e IstoÉ. Acompanha o poder em Brasília desde 2012, tendo participado das coberturas do julgamento do mensalão, da operação Lava Jato e do impeachment de Dilma Rousseff. Em 2019, revelou a compra de lagostas por ministros do STF.

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