Diplomacia sem valores nem resultados
Morte de refém brasileiro dos terroristas do Hamas mostra mais uma vez a insensatez da política externa do governo brasileiro
Nesta sexta-feira, 24, o chanceler das sombras Celso Amorim – o chanceler oficial é Mauro Vieira – deu uma declaração patética à jornalista Raquel Landim. Digo “patética” aproveitando todo o campo de sentidos da palavra, que vai de “ridículo” a “causador de tristeza”.
Diante da confirmação da morte de Michel Nisenbaum, refém brasileiro dos terroristas do Hamas, Amorim disse que o Brasil “fez todo o possível” para libertar os cativos. Lamentou, em seguida, a notícia.
A fala poderia passar em branco não fosse o Brasil um país cuja diplomacia, sob a influência de Lula e do próprio Amorim, tem a pretensão de influir nos atos dos piores atores internacionais. Como? Tratando-os como pares de gente civilizada.
O método lulista
Uma diplomacia baseada em valores levaria o Brasil a condenar com veemência terroristas (como o Hamas) e predadores (como Nicolás Maduro e Vladimir Putin).
Uma diplomacia de resultados se valeria de instrumentos de pressão, em áreas onde o Brasil tem algum peso, para satisfazer interesses do país e dos seus cidadãos.
O método de Lula e Amorim, contudo, é proporcionar apoio e legitimação aos atos de carniceiros, na expectativa de que seus corações se enterneçam e a paz floresça no mundo.
Tolos do país do futebol
Dá sempre errado, é claro. Depois que o Brasil age em favor deles, como um dos idiotas da vila global, terroristas e ditadores fazem exatamente o que querem.
O Hamas mata reféns. Maduro continua avançando sobre o território da Guiana. Putin abre um novo campo de batalha no norte da Ucrânia.
Fico imaginando se não dão risada, conversando com os seus capangas, daqueles tolos do país do futebol.
Peão dos mais viciosos
É claro que existe uma miríade de assuntos, sobretudo no comércio internacional, em que o preparo técnico da diplomacia brasileira se faz valer.
Mas neste texto escrito a traços largos e com a pena da galhofa, refiro-me àquela política externa em que um país projeta a sua visão de mundo.
Nesse plano, dia após dia, reitera-se a insensatez lulista.
Deseja-se um mundo multipolar onde o Brasil possa ser grande. Atua-se num mundo multipolar onde o Brasil é peão dos sistemas menos democráticos e mais viciosos.
O resultado, na prática, é uma diplomacia sem valores nem resultados.
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