Chamem Freud com urgência, ou o mundo acabará em ruínas
O Antagonista

Chamem Freud com urgência, ou o mundo acabará em ruínas

avatar
Ricardo Kertzman
4 minutos de leitura 13.01.2025 09:00 comentários
Análise

Chamem Freud com urgência, ou o mundo acabará em ruínas

Com a pandemia do coronavírus em 2020 e 2021, confesso que, de forma inocente e otimista, cheguei a imaginar que a humanidade sairia melhor

avatar
Ricardo Kertzman
4 minutos de leitura 13.01.2025 09:00 comentários 0
Chamem Freud com urgência, ou o mundo acabará em ruínas
Créditos: depositphotos.com / vencav

Por alguma razão, que provavelmente só a psicologia avançada conseguiria explicar, o ser humano moderno se tornou incapaz de enxergar coisas óbvias e de fazer escolhas que o proteja hoje, pois o amanhã é cada vez mais incerto – como, quando e por quanto tempo?

A guerra fria atômica voltou ao radar com as constantes ameaças do tirano russo Vladimir Putin, a possibilidade cada vez mais real de o Irã ter uma bomba nuclear e mesmo do mini aloprado norte-coreano um dia resolver se matar, bem como milhões ao seu redor.

O aquecimento global, com as consequências trágicas já conhecidas – furacões, enchentes, incêndios, calor e frio extremos – definitivamente não produz mortes e prejuízos suficientes, capazes de definitivamente acender a luz vermelha para quem tem poder no mundo.

Pandemia esquecida

A desigualdade social crescente, em meio a uma humanidade que nunca foi tão próspera, vem produzindo conflitos sociais intensos em diversas nações pelo globo, ameaçando democracias e trazendo o retorno das formas mais bárbaras de intolerância e xenofobia.

A massificação da internet e a onipresença das redes sociais, com suas inestimáveis contribuições à ciência, tecnologia, saúde, artes, cultura, lazer etc. também – infelizmente –  se tornaram a força motriz de crimes diversos e de propagação de ódio e cisão social.

O quadro, de fato, é pra lá de preocupante – ou deveria ser. Com a pandemia do coronavírus em 2020 e 2021, confesso que, de forma inocente e otimista, cheguei a imaginar que a humanidade sairia melhor, e que tempos alvissareiros viriam para todos os cantos.

Aprendizado zero

Mas nem tamanho susto foi capaz, inclusive em curto prazo, de abrir os olhos de pessoas e países, que continuam imaginando-se ilhas blindadas de todos os males ao redor, como se um espirro na Argentina não causasse gripe no Brasil e pneumonia na Europa.

Os incêndios na Califórnia, especialmente em Los Angeles, são cenas de filmes-catástrofe, só que reais. Estão acontecendo mesmo, de verdade! As pessoas estão morrendo, suas propriedades estão sendo destruídas e por lá “o mundo está realmente acabando”.

Mas do outro lado dos Estados Unidos, na costa leste, especificamente em Nova York, a vida segue como se absolutamente nada estivesse acontecendo. Aliás, vi isso de perto em fevereiro de 2020, com a China fechada, a Europa confinada e o Super Bowl rolando solto.

Não estão nem aí

A população da maior potência do planeta não dá a mínima nem mesmo para seus próprios compatriotas. Mais grave ainda é o presidente eleito, ao invés de se solidarizar com as vítimas e visitar o local, por motivos políticos mesquinhos faz justamente o contrário.

Em proporção semelhante, assistimos a esse tipo de comportamento abjeto, no Brasil, ano passado, durante as enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul. O governo federal quis se aproveitar politicamente da tragédia e o governo estadual reagiu com confronto.

No Oriente Médio, a reação de Israel aos ataques terroristas medievais dos grupos Hamas e Hezbollah, financiados pelo fundamentalismo islâmico do Irã, que mataram, estupraram, decapitaram e queimaram vivos milhares de judeus, produziu uma catástrofe humanitária.

Uma hora será tarde

Ao invés de povos e governos de potências ocidentais e outras democracias se organizarem – não em apoio a Israel, mas no combate ao terror, que não conhece fronteiras -, passaram, em boa medida, a hostilizar os judeus e reaquecer o antissemitismo global.

É como se cada pessoa, cada família, cada grupo social, cada bairro, cada cidade, cada estado, cada país e cada continente vivessem isolados, de forma totalmente independente uns dos outros, e nada de ruim que afete o próximo produza males a si mesmos.

O exemplo vem de cima, de líderes que inspiram, e estamos cada vez mais carentes deles. Nas três maiores potências militares do planeta, temos Trump querendo anexar o Canadá, a Groenlândia e o Panamá; Xi Jinping querendo tomar Taiwan e Putin invadindo a Ucrânia. Tá fácil, não, viu?

  • Mais lidas
  • Mais comentadas
  • Últimas notícias
1

Zelensky propõe a Kim Jong-un trocar soldados norte-coreanos

Visualizar notícia
2

E o STF encontrou um limite

Visualizar notícia
3

Dino dá 30 dias para governo e estados publicarem regras sobre emendas

Visualizar notícia
4

Os mentirosos querem controlar as mentiras

Visualizar notícia
5

Josias Teófilo na Crusoé: A cultura em xeque

Visualizar notícia
6

Oposição venezuelana promete manter pressão nas ruas: “Unidos como nunca”

Visualizar notícia
7

Conselheiro confirma preparativos para encontro entre Trump e Putin

Visualizar notícia
8

Maduro ameaça “pegar em armas” com apoio de Cuba e Nicarágua

Visualizar notícia
9

G7 condena posse de Maduro na Venezuela

Visualizar notícia
10

Saqueadores disfarçados de bombeiros são presos em Los Angeles

Visualizar notícia
1

‘Queimadas do amor’: Toffoli é internado com inflamação no pulmão

Visualizar notícia
2

Sim, Dino assumiu a presidência

Visualizar notícia
3

O pedido de desculpas de Pablo Marçal a Tabata Amaral

Visualizar notícia
4

"Só falta ocuparem nossos gabinetes", diz senador sobre ministros do Supremo

Visualizar notícia
5

Explosões em dispositivos eletrônicos ferem mais de 2.500 no Líbano

Visualizar notícia
6

Datena a Marçal: “Eu não bato em covarde duas vezes”; haja testosterona

Visualizar notícia
7

Governo prepara anúncio de medidas para conter queimadas

Visualizar notícia
8

Crusoé: Missão da ONU conclui que Maduro adotou repressão "sem precedentes"

Visualizar notícia
9

Cadeirada de Datena representa ápice da baixaria nos debates em São Paulo

Visualizar notícia
10

Deputado apresenta PL Pablo Marçal, para conter agressões em debates

Visualizar notícia
1

"Podem revirar tudo, não irão achar nada", diz Sóstenes

Visualizar notícia
2

Real é a moeda que mais perdeu valor em 2024

Visualizar notícia
3

Wicked: Para Sempre - O que esperar da continuação do musical?

Visualizar notícia
4

J.K. Rowling celebra cinco anos de ativismo em defesa das mulheres

Visualizar notícia
5

Concurso Público do INSS: 250 vagas com salários até R$ 14 mil

Visualizar notícia
6

Meirelles nega narrativa do ataque especulativo

Visualizar notícia
7

Lobo-marinho "Joca" vira atração em Ipanema

Visualizar notícia
8

Réveillon Rio 2025: Ivete Sangalo, Anitta, Caetano e show de luzes inédito

Visualizar notícia
9

Crusoé: Bolsonaro tentou golpe? Resposta varia com eleitorado

Visualizar notícia
10

Golpes digitais nas festas de Fim de Ano: Como identificar e evitar armadilhas

Visualizar notícia

Assine nossa newsletter Inscreva-se e receba o conteúdo do O Antagonista em primeira mão!
< Notícia Anterior

O casamento "vintage" de Sabrina Sato e Nicolas Prattes

13.01.2025 00:00 4 minutos de leitura
Próxima notícia >

Crusoé: Lula é única esperança do PT, sugere Paraná Pesquisas

13.01.2025 00:00 4 minutos de leitura
avatar

Ricardo Kertzman

Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

Comentários (0)

Torne-se um assinante para comentar

Notícias relacionadas

Enquanto você briga, os políticos riem

Enquanto você briga, os políticos riem

Alexandre Borges Visualizar notícia
E o STF encontrou um limite

E o STF encontrou um limite

Rodolfo Borges Visualizar notícia
Os mentirosos querem controlar as mentiras

Os mentirosos querem controlar as mentiras

Rodolfo Borges Visualizar notícia
Lula: um abraço na democracia, outro em Maduro

Lula: um abraço na democracia, outro em Maduro

Catarina Rochamonte Visualizar notícia
Icone casa

Seja nosso assinante

E tenha acesso exclusivo aos nossos conteúdos

Apoie o jornalismo independente. Assine O Antagonista e a Revista Crusoé.