Chamem Freud com urgência, ou o mundo acabará em ruínas
Com a pandemia do coronavírus em 2020 e 2021, confesso que, de forma inocente e otimista, cheguei a imaginar que a humanidade sairia melhor
Por alguma razão, que provavelmente só a psicologia avançada conseguiria explicar, o ser humano moderno se tornou incapaz de enxergar coisas óbvias e de fazer escolhas que o proteja hoje, pois o amanhã é cada vez mais incerto – como, quando e por quanto tempo?
A guerra fria atômica voltou ao radar com as constantes ameaças do tirano russo Vladimir Putin, a possibilidade cada vez mais real de o Irã ter uma bomba nuclear e mesmo do mini aloprado norte-coreano um dia resolver se matar, bem como milhões ao seu redor.
O aquecimento global, com as consequências trágicas já conhecidas – furacões, enchentes, incêndios, calor e frio extremos – definitivamente não produz mortes e prejuízos suficientes, capazes de definitivamente acender a luz vermelha para quem tem poder no mundo.
Pandemia esquecida
A desigualdade social crescente, em meio a uma humanidade que nunca foi tão próspera, vem produzindo conflitos sociais intensos em diversas nações pelo globo, ameaçando democracias e trazendo o retorno das formas mais bárbaras de intolerância e xenofobia.
A massificação da internet e a onipresença das redes sociais, com suas inestimáveis contribuições à ciência, tecnologia, saúde, artes, cultura, lazer etc. também – infelizmente – se tornaram a força motriz de crimes diversos e de propagação de ódio e cisão social.
O quadro, de fato, é pra lá de preocupante – ou deveria ser. Com a pandemia do coronavírus em 2020 e 2021, confesso que, de forma inocente e otimista, cheguei a imaginar que a humanidade sairia melhor, e que tempos alvissareiros viriam para todos os cantos.
Aprendizado zero
Mas nem tamanho susto foi capaz, inclusive em curto prazo, de abrir os olhos de pessoas e países, que continuam imaginando-se ilhas blindadas de todos os males ao redor, como se um espirro na Argentina não causasse gripe no Brasil e pneumonia na Europa.
Os incêndios na Califórnia, especialmente em Los Angeles, são cenas de filmes-catástrofe, só que reais. Estão acontecendo mesmo, de verdade! As pessoas estão morrendo, suas propriedades estão sendo destruídas e por lá “o mundo está realmente acabando”.
Mas do outro lado dos Estados Unidos, na costa leste, especificamente em Nova York, a vida segue como se absolutamente nada estivesse acontecendo. Aliás, vi isso de perto em fevereiro de 2020, com a China fechada, a Europa confinada e o Super Bowl rolando solto.
Não estão nem aí
A população da maior potência do planeta não dá a mínima nem mesmo para seus próprios compatriotas. Mais grave ainda é o presidente eleito, ao invés de se solidarizar com as vítimas e visitar o local, por motivos políticos mesquinhos faz justamente o contrário.
Em proporção semelhante, assistimos a esse tipo de comportamento abjeto, no Brasil, ano passado, durante as enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul. O governo federal quis se aproveitar politicamente da tragédia e o governo estadual reagiu com confronto.
No Oriente Médio, a reação de Israel aos ataques terroristas medievais dos grupos Hamas e Hezbollah, financiados pelo fundamentalismo islâmico do Irã, que mataram, estupraram, decapitaram e queimaram vivos milhares de judeus, produziu uma catástrofe humanitária.
Uma hora será tarde
Ao invés de povos e governos de potências ocidentais e outras democracias se organizarem – não em apoio a Israel, mas no combate ao terror, que não conhece fronteiras -, passaram, em boa medida, a hostilizar os judeus e reaquecer o antissemitismo global.
É como se cada pessoa, cada família, cada grupo social, cada bairro, cada cidade, cada estado, cada país e cada continente vivessem isolados, de forma totalmente independente uns dos outros, e nada de ruim que afete o próximo produza males a si mesmos.
O exemplo vem de cima, de líderes que inspiram, e estamos cada vez mais carentes deles. Nas três maiores potências militares do planeta, temos Trump querendo anexar o Canadá, a Groenlândia e o Panamá; Xi Jinping querendo tomar Taiwan e Putin invadindo a Ucrânia. Tá fácil, não, viu?
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