Cerimônia cancelada após ativista LGBT comparar Gaza a "gueto" Cerimônia cancelada após ativista LGBT comparar Gaza a "gueto"
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Cerimônia cancelada após ativista LGBT comparar Gaza a “gueto”

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Alexandre Borges
3 minutos de leitura 15.12.2023 09:18 comentários
Análise

Cerimônia cancelada após ativista LGBT comparar Gaza a “gueto”

A escritora russo-americana Masha Gessen, judia e ativista LGBT, foi agraciada com o prêmio Hannah Arendt de Pensamento Político, mas a cerimônia de entrega, que estava marcada para esta sexta, 15, em Bremen (Alemanha), foi cancelada. Ela ainda deverá receber o prêmio, mas em outro momento ainda não divulgado.

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Cerimônia cancelada após ativista LGBT comparar Gaza a “gueto”
Foto: Reprodução/MSNBC

A escritora russo-americana Masha Gessen, judia e ativista LGBT, foi agraciada com o prêmio Hannah Arendt de Pensamento Político, mas a cerimônia de entrega, que estava marcada para esta sexta, 15, em Bremen (Alemanha), foi cancelada. Ela ainda deverá receber o prêmio, mas em outro momento ainda não divulgado.

Em ensaio publicado na revista The New Yorker, em 9 de dezembro, Gessen fez a mais grave, ofensiva e perigosa das falsas simetrias contra judeus, uma comparação descabida entre a situação dos palestinos de Gaza e um “gueto” de judeus durante o Holocausto, na Segunda Guerra Mundial, o que sugere que as tropas de Israel agem como os nazistas.

Gessen argumentou que Israel está “liquidando Gaza” e que os palestinos estão “encarcerados” em um “gueto”. Essas declarações são falsas e perigosas, já que Israel tem feito o possível para minimizar perdas civis palestinas, oferecendo todo tipo de ajuda humanitária para a população de Gaza, enquanto os nazistas e os terroristas do Hamas têm em comum o objetivo declarado de eliminar os judeus.

Se as declarações de Gessen já são ofensivas por si, quando se considera que receberia um prêmio chamado “Hannah Arendt” e na Alemanha, a situação ficou ainda mais insustentável.

Cancelamento da Cerimônia

O vice-chefe de governo de Bremen cancelou a cerimônia de premiação planejada para esta sexta, 15, na prefeitura. Björn Fecker afirmou não querer dar palco para as declarações de Gessen. Ele também instou a associação a não manter Gessen como vencedora do prêmio. A Fundação Heinrich Böll também se pronunciou a favor do cancelamento da cerimônia e antecipou que não participaria do evento se ele ocorresse.

O porta-voz da associação, Peter Rüdel, disse que considera a declaração de Gessen inaceitável. No entanto, em sua opinião, não seria nem concebível nem justificado cancelar a entrega do prêmio. “Essa cerimônia é uma oportunidade de debater essas controvérsias”, disse ele. Já Lothar Probst, cientista político e membro fundador da associação que concede o Prêmio Hannah Arendt, também pediu o cancelamento da cerimônia.

O Hamas não é um governo democrático e não representa todos os palestinos, mesmo que pesquisas recentes tenham mostrado que há um forte apoio ao grupo na região. Seu regime autocrático lembra, com muito mais violência e radicalismo, a ordem imposta por traficantes e milicianos em comunidades carentes brasileiras.

A comparação de Gessen com os guetos judeus da era nazista é desumana e insensível, desenhada para causar polêmica e chamar atenção pelo que tem de moralmente pior. Os guetos judeus eram lugares de confinamento, tortura e morte. A comparação com Gaza é uma abominável minimização do Holocausto e uma ofensa aos sobreviventes e seus parentes.

Ativistas radicais que, em nome de uma alegada defesa dos palestinos em Gaza, recorrem a este tipo de expediente, desviam a discussão, de forma narcisista e vaidosa, para eles mesmos. E isso é tudo, menos empatia ou solidariedade.

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