Brasil safadão vem forte para 2026
Quem garante que o presidente Gusttavo Lima e a vice Deolane Bezerra, com Wesley Safadão no lugar de Flávio Dino no STF, não governariam o Brasil melhor do que Lula?
Gusttavo Lima resolveu jogar seu nome entre os pretendentes à presidência da República. Há quem suspeite de estratégia de Ronaldo Caiado (União), governador de Goiás que começou a corrida presidencial de 2026 antes de todo mundo, mas o anúncio do cantor sertanejo diz mais do que isso.
Pablo Marçal disse que o Brasil “está sem safra de político antigo”, fazendo menção à inelegibilidade de Jair Bolsonaro e à idade avançada de Lula. É verdade, o ex e o atual presidente sequestraram os polos políticos no país, mesmo com horizontes eleitorais muito curtos, e os votos que eles represam podem acabar transbordando para fora dos diques partidários em 2026.
A pretensão política do cantor mais ouvido do Brasil diz muito mais do que isso, contudo. É, como destacou Wilson Lima em O Antagonista, fruto da desesperança da direita brasileira amarrada a Bolsonaro, mas também consequência do anticlímax causado pela derrubada da Operação Lava Jato.
Degradação
O Supremo Tribunal Federal (STF) segue desmontando, condenação por condenação, a maior operação de combate à corrupção da história do Brasil. Não por que os crimes não tenham sido cometidos, mas porque os condenadores teriam sido injustiçados pelos julgadores — esse foi o destino de todas as grandes operações contra a corrupção no Brasil.
Ao mesmo tempo, os ministros do STF pesam a mão contra os envolvidos — muito ou pouco — em uma trama para burlar um sistema eleitoral no qual boa parte do país não confia mais, exatamente porque os responsáveis por ele se acostumaram a ir muito além do que deviam em decisões e declarações públicas.
Não cola o discurso pró-democracia dos ministros do STF, assim como não colou o de Lula, que se elegeu sob a alegação de proteger o Brasil de Bolsonaro, mas claramente só voltou para o Palácio do Planalto para tentar limpar a própria biografia após a prisão, às custas do país — e nem isso vai conseguir, a julgar pelo rumo da economia.
Haja outsider
A estridente candidatura de Marçal à Prefeitura de São Paulo já ocorreu nesse contexto, e, mesmo sem qualquer noção sobre gestão pública, sem tempo de rádio e televisão e com uma estratégia eleitoral errática, o influenciador quase passou para o segundo turno, ameaçando o prefeito reeleito Ricardo Nunes (MBD), que concorria com a máquina pública, e o candidato de Lula, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP).
Marçal concorreu na eleição municipal já mirando o Palácio do Planalto. Agora, Gusttavo Lima se apresenta para o jogo, a influenciadora Deolane Bezerra, detida até outro dia por suspeita de lavagem de dinheiro, brinca que será sua vice e o cantor Wesley Safadão embarca na brincadeira, tratando o amigo como presidente.
Diante da situação atual do pais, quem garante que o presidente Gusttavo Lima e a vice Deolane, com Safadão no lugar de Flávio Dino no STF, não governariam o Brasil melhor do que Lula?
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