Senado aprova urgência do PL do marco temporal
A Casa pretende votar ainda hoje o texto do projeto que estabelece que só podem ser demarcadas as terras que já eram ocupadas por indígenas na data da promulgação da Constituição...
O plenário do Senado Federal aprovou na tarde desta quarta-feira (27) um requerimento de urgência para votação do projeto de lei do marco temporal. Com isso, os senadores pretendem votar ainda hoje o texto-base da matéria. Essa é a fase final antes de a proposta seguir para a sanção presidencial.
Como noticiamos mais cedo, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou por 16 votos o texto, que já passou pela Câmara dos Deputados. O projeto de lei estabelece que só podem ser demarcadas como reservas as terras que já eram ocupadas por indígenas na data da promulgação da Constituição Federal, que ocorreu em 5 de outubro de 1988.
O avanço da matéria é visto como uma resposta do Legislativo ao julgamento por parte do Supremo Tribunal Federal (STF), que, por maioria, considerou a tese do marco temporal como inconstitucional. A decisão da Corte representou uma vitória para os povos indígenas e uma derrota para setores ruralistas.
Mesmo com a decisão do STF, o Congresso Nacional tem autonomia para votar o projeto de lei que debate o tema. No entanto, caso o texto seja aprovado e sancionado, há a possibilidade de a matéria ser novamente questionada na Justiça.
Relator no Senado, Marcos Rogério (PL-RO), defendeu que o PL do marco temporal é constitucional e que fará “todo o esforço” para “construir um entendimento” sobre o tema no plenário.
“Não é um tema do governo ou da oposição, é um tema de interesse nacional. Nós temos posições que podem até divergir, mas há uma compreensão de que esse é um tema do Brasil“, disse Marcos Rogério.
Apesar da resistência do governo, Pacheco pautou o projeto depois de um acordo com integrantes da bancada ruralista da Casa. “Ele foi submetido às comissões, que se debruçaram sobre o projeto e agora é o papel do plenário. Que vença a maioria”, disse Pacheco ao chegar ao Senado nesta tarde.
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