Villa, na Crusoé: “Não temos o mínimo de educação política”
Depois de se aposentar como professor da Universidade Federal de São Carlos, no interior de São Paulo, o historiador Marco Antonio Villa (foto), tem se dedicado principalmente a escrever livros e ao seu canal do Youtube, lembra a Crusoé...
Depois de se aposentar como professor da Universidade Federal de São Carlos, no interior de São Paulo, o historiador Marco Antonio Villa (foto), tem se dedicado principalmente a escrever livros e ao seu canal do Youtube, lembra a Crusoé. Mas, ao mesmo tempo em que colheu seguidores, ele também colecionou desafetos.
Suas críticas ao PT e aos bolsonaristas lhe renderam dezenas de processos na Justiça. Este ano, Villa lançou-se candidato para deputado federal por São Paulo pelo Cidadania. Não foi eleito por apenas 1,8 mil votos, mas ficou como o primeiro suplente.
Caso algum dos deputados renuncie ao cargo, seja porque ganhou uma eleição como prefeito ou porque foi ocupar um posto no Executivo, ele pode ficar com a vaga. Em entrevista à Crusoé, Villa falou da tristeza de não conseguir uma vaga no Congresso, mas diz que não desanimou e que tudo pode mudar em quatro anos. Questionado sobre quando nossa democracia começou a dar muito errado, ele respondeu:
“Nesses 35 anos da Constituição de 1988, nós buscamos enraizar a democracia no Brasil. Esses dias, saí de casa e encontrei uma senhora. Ela disse que gostava muito das minhas declarações, mas que não ia poder votar em mim. Perguntei em qual estado ela votava. Ela respondeu que era Mairiporã. Então eu pensei… Mairiporã é aqui na serra. Aí eu disse que ela podia votar em mim, sim. Achei que esse era um caso único, mas não. Encontrei inúmeros casos de pessoas que não sabiam em quem iam votar para deputado federal, porque achavam que precisavam escolher alguém da própria cidade”, afirmou Villa.
“[…] Minha conclusão foi de que nós não temos o mínimo de educação política. Professores não explicam o que são os três poderes nas escolas, ou como funciona uma eleição. […] Este é um país pobre e miserável. Temos 110 milhões passando necessidade e 30 milhões com fome. Falar aqui em democracia, em Estado de Direito, é algo exótico. As pessoas querem saber do arroz e feijão”, acrescentou.
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