“Bolsonaro é um sintoma, e não uma causa”, diz antropóloga
Em 2019, no início do governo de Jair Bolsonaro, a antropóloga e historiadora Lilia Schwarcz publicou um livro para mostrar que a eleição do ex-capitão do Exército, longe de ser uma surpresa, respondia a uma longa tradição de autoritarismo brasileiro, diz a Crusoé...
Em 2019, no início do governo de Jair Bolsonaro, a antropóloga e historiadora Lilia Schwarcz publicou um livro para mostrar que a eleição do ex-capitão do Exército, longe de ser uma surpresa, respondia a uma longa tradição de autoritarismo brasileiro, diz a Crusoé.
A professora titular do departamento de antropologia da Universidade de São Paulo (USP) e global scholar na Universidade de Princeton afirmou, em entrevista à revista, que “Bolsonaro é um sintoma, e não uma causa”.
“Minha reflexão sobre o autoritarismo parte do pressuposto que o nosso presente está repleto de passado. Àqueles que se mostram perplexos com a eleição de um político reacionário como Bolsonaro, costumo lembrar que o Brasil e os brasileiros estão encharcados de autoritarismo. Em outras palavras, Bolsonaro é um sintoma e não uma causa”, disse Lilia Schwarcz.
“Sua eleição e suas políticas dão continuidade, por exemplo, à nossa tradição patriarcal. Os homens sempre governaram neste país, e ainda governam, com menosprezo pelas mulheres. Eles olham com muita desconfiança, quando não ódio, todas as iniciativas femininas. Somos também um país racista. […] Somos um país que despreza a questão do meio ambiente. […] Em todos esses sentidos, o governo Bolsonaro foi uma continuação, exacerbada talvez, do autoritarismo brasileiros que vem de muito antes.”
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