Daniel Silveira disse nesta terça (25) ao Conselho de Ética da Câmara que foi uma assessora quem gravou a reunião do PSL, e acrescentou que ele ‘assumiu’ a autoria da gravação.

Em 17 de outubro de 2019, o próprio Daniel Silveira, em conversa com Diego Amorim, admitiu claramente ter gravado a reunião: “A intenção é simples. Simples (sic) de blindagem ao presidente da República e de uma provável conspiração contra o Jair”. E depois: “Tivemos que trabalhar como infiltrados ali para poder conseguir acessar as informações, senão não tinha como”.

Silveira também disse na época ter enviado o áudio da reunião ao presidente Bolsonaro.

O áudio da entrevista de Silveira a O Antagonista também foi gravado.

Diante da nova versão, o deputado federal Alexandre Leite (DEM-SP) disse hoje a Silveira: “Não parecia muito bem que estaria assumindo uma autoria. Muito pelo contrário, estava até se vangloriando da gravação”. Em seguida, Leite leu trechos de uma transcrição da entrevista de Silveira a O Antagonista em 2019.

“Fica bem claro nesse diálogo, deputado Daniel, Vossa Excelência mais do que assume essa autoria, se vangloria da gravação e também assume que o que foi gravado, o conteúdo da conversa, tem interesse à nação”, disse Leite.

Silveira respondeu: “Entrevista não é prova”.

Daniel Silveira é alvo de duas representações no Conselho de Ética. Em uma delas, é acusado de gravar e divulgar uma reunião do PSL, em 2019. Na outra, responde pelo vídeo com críticas ao STF, inclusive dizendo sobre Edson Fachin que “já te imaginei tomando uma surra”.