Freire provoca: “A força do Huck não está em estrutura partidária alguma”
No sábado, O Antagonista publicou uma radiografia completa do jogo político para 2022 até aqui. Sobre a viabilidade de uma possível candidatura presidencial de Luciano Huck, um cacique do Centrão disse a este site que "só Roberto Freire acredita nisso"...
No sábado, O Antagonista publicou uma radiografia completa do jogo político para 2022 até aqui.
Sobre a viabilidade de uma possível candidatura presidencial de Luciano Huck, um cacique do Centrão disse a este site que “só Roberto Freire acredita nisso”.
Roberto Freire é o ex-deputado e ex-senador que preside nacionalmente o Cidadania, antigo Partido Popular Socialista (PPS), que, desde as eleições de 2018, está de portas abertas para o apresentador de TV.
Atores políticos envolvidos na construção da ainda improvável “frente ampla” no centro, incluindo a centro-esquerda, admitem que, entre os nomes colocados, Huck seria o que mais se encaixaria na “narrativa da esperança”, para se contrapor ao projeto de reeleição de Jair Bolsonaro. Mas ponderam que, assim como ocorreria com Sergio Moro, ele teria dificuldade de formar uma base político-partidária por “não ser da política”.
Freire, em conversa com O Antagonista, rebateu esses argumentos.
“Há muito tempo, estrutura partidária não define eleição majoritária no Brasil. A força do Luciano Huck não está mesmo em estrutura partidária alguma. Pelo contrário. Se estivesse, isso arrancaria dele a característica marcante de renovação. Ele não é ‘uma criação’, está desde 2017 conversando com importantes setores da sociedade e se inserindo na política.”
O apresentador de TV ainda não decidiu se será candidato à Presidência da República. Ele sente a pressão de dois lados: o da Globo e o da política. Freire disse que, independentemente da decisão de Huck, “não há mais como falar de 2022 sem inclui-lo nos cenários”. E provocou os caciques partidários que hoje não acreditam no potencial do apresentador.
“Quando a campanha começar, esses mesmos políticos vão querer se aproximar de nós. E nós vamos conversar, claro. Mas as estruturas políticas virão como adesão, será um caminho inverso. A força do Huck não será porque ele é do DEM ou do Progressistas ou do MDB ou mesmo do Cidadania. A força do Huck não está em estrutura partidária.”
Freire afirmou acreditar que Huck decidirá sobre sua candidatura “até o meio deste ano”.
“A Globo está montando a grade do ano que vem da emissora e não poderá esperar muito.”
Questionamos Freire sobre o impacto de um candidato ao Planalto ser rotulado como “o nome da Globo”. Ele respondeu fazendo o seguinte comentário:
“Está claro, para mim, que a Globo não será lulista nem bolsonarista, porque esses dois campos políticos deram sinais de que não respeitam a liberdade de imprensa, nem têm um compromisso maior com democracia. Hoje, o desrespeito maior com a Globo parte do Bolsonaro, mas não difere muito do que Lula e o PT já fizeram. O ‘Globo lixo’ não é uma invenção bolsonarista. Esses extremos só gostam de imprensa oficial.“
Ainda segundo Freire, uma eventual candidatura de Huck encontraria eco em importantes nomes do mercado financeiro — ele cita o provável apoio do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga — e em movimentos da sociedade civil, além de capilaridade na juventude, podendo ser a deputada Tabata Amaral, hoje filiada ao PDT de Ciro Gomes, uma importante agente política nesse sentido.
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