Planalto passa a considerar cenário com possível vitória de Baleia
Cresce no Planalto a avaliação de que Baleia Rossi (MDB), mesmo chegando depois na disputa, possa derrotar Arthur Lira (PP) e conquistar a presidência da Câmara...
Cresce no Planalto a avaliação de que Baleia Rossi (MDB), mesmo chegando depois na disputa, possa derrotar Arthur Lira (PP) e conquistar a presidência da Câmara.
O Antagonista confirmou informação da Folha de que o apoio do PT e de outros partidos de oposição ao emedebista fez Jair Bolsonaro dar um passo atrás nas negociações de cargos no governo, que estava a todo vapor com o grupo de Lira.
Com a oposição embarcando definitivamente na candidatura de Baleia, o candidato do grupo de Rodrigo Maia conta com o aval de 11 partidos, que somam 278 deputados. Já Lira, o candidato do Planalto, tem o apoio de nove partidos, que têm 195 deputados.
O Planalto avalia que, mesmo levando em consideração todas as dissidências de partidos rachados, como PSL e PSB, o grupo encabeçado por Baleia Rossi teria uma leve vantagem contra Arthur Lira. A votação, vale lembrar, é secreta e, como temos dito, esta será especialmente “a eleição da traição”, como resumiu um experiente deputado.
Um auxiliar de Bolsonaro disse a O Antagonista que a vitória do emedebista poderia não ser considerada um derrota do Planalto. “O Baleia é mais reformista”, comparou.
Com uma eventual vitória de Baleia entrando no radar, o ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, foi encarregado de manter diálogo com o deputado do MDB — que também é o presidente nacional do partido –, com quem já tem boa relação. O ministro da articulação política, porém, está de férias e só retornará ao Planalto na próxima terça (12).
Até Michel Temer passou a interceder por Baleia, como noticiamos mais cedo, orientando Bolsonaro a não criar resistência contra o candidato.
Bolsonaro e assessores palacianos calculam o risco de oferecer cargos na Esplanada somente ao grupo de apoio de Arthur Lira, que pode ser derrotado. O risco, avaliam militares do Planalto, é o de que, se Lira perder a disputa na Câmara, o presidente teria de abrir mais espaço no governo para o Centrão, desta vez para abrigar melhor o MDB.
Até hoje, o Planalto negociou cargos nos ministérios da Cidadania, Saúde, Secretaria de Governo e Turismo, além da recriação do Ministério de Indústria e Comércio Exterior. O desenho final da reforma ministerial, porém, só será definido após as eleições para as presidência da Câmara e do Senado, marcadas para 1º de fevereiro.
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