Crusoé: “politicamente expostos” ou politicamente protegidos?
Reportagem de Helena Mader na edição desta semana da Crusoé explica por que os órgãos oficiais não produziram até hoje uma lista das pessoas "politicamente expostas", sobre cujas transações financeiras a fiscalização deveria ser redobrada...
Reportagem de Helena Mader na edição desta semana da Crusoé explica por que os órgãos oficiais não produziram até hoje uma lista das pessoas “politicamente expostas”, sobre cujas transações financeiras a fiscalização deveria ser redobrada.
Leia um trecho:
“O envolvimento de familiares de políticos em casos de corrupção e lavagem de dinheiro é algo recorrente na crônica policial brasileira. Operações recentes, como as que alcançaram a primeira-dama do Rio de Janeiro, Helena Witzel, e a filha do senador José Serra, Verônica, mostram que o caminho do dinheiro não raro passa por parentes de figuras públicas. São muitos os escândalos pretéritos envolvendo pessoas do círculo íntimo de políticos: apurações de malfeitos de familiares do ex-presidente Lula, por exemplo, arrastam-se até hoje na Justiça. Em razão de casos como esses, em janeiro o Banco Central expandiu o conceito de pessoa politicamente exposta, até então restrito a agentes públicos, para incluir familiares de até segundo grau de quem tem mandato – desde vereadores ao presidente da República –, além de ministros, diretores de estatais, servidores com altos cargos comissionados e parte dos integrantes do Judiciário e do Ministério Público.
São várias as implicações dessa classificação, e a principal delas é que, uma vez incluída no rol, a pessoa passa a ser alvo de maior atenção dos bancos nas suas movimentações financeiras. O universo de ‘pessoas politicamente expostas’, como são chamadas tecnicamente, antes se restringia a cerca de 70 mil nomes e agora pode chegar a 1 milhão. A ampliação dos critérios, porém, esbarra em problema de ordem prática: até agora simplesmente não existe uma base de dados pública informando quem faz parte da lista. A falta de clareza sobre quem é politicamente exposto dificulta as ações de combate à lavagem de dinheiro e onera as empresas privadas que, por lei, são obrigadas a redobrar a atenção sobre seus clientes. Algumas delas, como bancos, são obrigadas a contratar os serviços de firmas especializadas em vender informações e levantamentos para identificar pessoas politicamente expostas e indicar eventuais riscos de negócios e contratações.”
Leia aqui a reportagem completa.
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