“Temos algumas hipóteses para explicar o fato de delatores não terem trazido nomes do Judiciário”
Deltan Dallagnol deu uma importante entrevista a Fabio Serapião, da Crusoé. Leia um trechinho: Um dos setores nos quais a Lava Jato ainda não avançou como era de se esperar é o Judiciário. Esse poder está imune à corrupção? Não está imune à corrupção...
Deltan Dallagnol deu uma importante entrevista a Fabio Serapião, da Crusoé.
Leia um trechinho:
Um dos setores nos quais a Lava Jato ainda não avançou como era de se esperar é o Judiciário. Esse poder está imune à corrupção?
Não está imune à corrupção. Nenhum setor, nenhum órgão, está imune à corrupção. Acredito, sim, que exista corrupção no Judiciário. Ao longo da vida, já vimos indicativos disso, inclusive em investigações, relatórios do próprio Coaf relativos a movimentações incompatíveis de pessoas vinculadas ao Judiciário. Agora, temos algumas hipóteses para explicar o fato de delatores não terem trazido nomes do Judiciário. Uma delas seria a existência de filtro por parte de advogados que atuam frequentemente perante tribunais e poderiam barrar os delatores. Para evitar, sempre exigimos dos colaboradores que entregassem todos os fatos em relação a tudo sob pena de perder todos os benefícios. Mesmo assim, apareceu pouca coisa relacionada ao Judiciário. Outra hipótese é de que a corrupção no Judiciário é muito mais sofisticada. Ela estaria ligada, por exemplo, a escritórios de advocacia relacionados às vezes a parentes que teriam uma influência especial ou a uma abertura de entrada, a pagamentos de patrocínios milionários e assim por diante. A Lava Jato de Curitiba não tem competência para investigar esse tipo de crime, mas sempre buscou avançar.
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