“Golpe contra as instituições”, dizia advogado de Bolsonaro, antes da contratação

20.12.2025

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“Golpe contra as instituições”, dizia advogado de Bolsonaro, antes da contratação

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Redação O Antagonista
4 minutos de leitura 05.09.2025 12:43 comentários
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“Golpe contra as instituições”, dizia advogado de Bolsonaro, antes da contratação

No ano passado, Celso Vilardi falou ainda que "devemos a nossa democracia ao Supremo" e que investigação foi "inquérito da luz"

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“Golpe contra as instituições”, dizia advogado de Bolsonaro, antes da contratação
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O advogado Celso Sanchez Vilardi, que é um dos responsáveis pela defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na ação penal da trama golpista, afirmou no ano passado que se estava verificando ter ocorrido uma tentativa e golpe contra as instituições para manter o político no poder após as eleições de 2022. Ele fez a declaração antes de ser contratado para defender Bolsonaro no STF, o que ocorreu em janeiro de 2025.

A fala veio durante uma entrevista ao UOL News publicada em 23 de novembro de 2024.

“Eu confesso que eu fiz algumas críticas ao Supremo, entendi em algum momento… em primeiro lugar, eu acho que nós devemos a nossa democracia ao Supremo, temos que deixar isso claro. Esse inquérito [das fake news], que se diz inquérito do fim do mundo, na verdade foi o inquérito da luz. Sem ele, hoje, cada vez mais nós vemos que nós teríamos tido um golpe. Neste inquérito existiram decisões excepcionais”, iniciou Vilardi.

Decisões excepcionais num período excepcional são decisões aceitas, isso, inclusive, por conta de uma doutrina, e é um estado de defesa da democracia. O estado da defesa da democracia justifica, sim, decisões excepcionais. Depois nós voltamos à normalidade institucional, e eu fiz críticas ao Supremo entendendo que o ministro Alexandre e o próprio Supremo deveriam mandar algumas coisas para a primeira instância”.

Ele prosseguiu: “Porque já não se justificava mais o clima excepcionalidade e, portanto, não se aceitaria mais decisões excepcionais. Agora, quero dizer que este caso está dentro da excepcionalidade. Este caso tem que ser julgado, sim, pelo STF, e eu não vejo razão para que o ministro Alexandre deixe a relatoria. Porque aqui, sim, com todos os contornos, estamos verificando um golpe contra as instituições. Nós estamos falando não é de uma brincadeira, não é de uma cogitação”.

Na sequência, Vilardi pontuou que, na realidade, estava-se falando de uma tentativa de assassinato do presidente da República, do vice-presidente da República, de um ministro do Supremo e de uma quarta pessoa que ainda não havia sido descoberta.

“Então, eu acho que quem quiser ficar bem com a história precisa levar esse episódio a sério. Essa narrativa de dizer que isso é uma coisa para o governo desviar a atenção, etc., não é. Isso não foi uma cogitação. O simples fato da verificação da utilização do celular comprova um ato de execução. Nós não estamos falando de cogitação. Pegaram o celular, compraram o chip, foram vigiar a casa do ministro e estão querendo dizer que vão ser punidos por cogitação?! Não, isso não é cogitação, concluiu.

Como mostramos, essa não foi a única ocasião em que o advogado, antes de ser contratado para fazer a defesa de Bolsonaro, admitiu a existência de indícios de que houve uma tentativa de golpe para manter o político no poder.

“Não há uma única prova”

Durante o julgamento da ação penal contra Bolsonaro, Vilardi afirmou na quarta-feira, 3, não haver “uma única prova” que vincule o ex-presidente ao plano de assassinato de autoridades ou aos atos do 8 de Janeiro.

“O [ex-]presidente […] não atentou contra o Estado democrático de Direito”, disse Vilardi.

“Não há uma única prova que atrele o [ex-]presidente ao Punhal Verde e Amarelo, Operação Luneta e 8 de Janeiro. Aliás, nem o delator, que eu sustento que mentiu contra o presidente da República, nem ele chegou a dizer de participação de Punhal, Luneta, Copa e 8 de Janeiro. Não há uma única prova”, acrescentou.

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