Ata do Copom pressiona governo Lula por “política fiscal crível”
Comitê do Banco Central apontou "esmorecimento no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal" ao explicar o último aumento na taxa de juros
A ata do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, divulgada nesta terça-feira, 12, alerta para a necessidade de “uma política fiscal crível, embasada em regras previsíveis e transparência em seus resultados” para a “ancoragem das expectativas de inflação”.
No documento, referente à reunião que elevou a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, em 6 de novembro, o Copom diz que “o espaço de atuação da política fiscal tornou-se mais limitado com o aumento da dívida pública e das preocupações com a sustentabilidade fiscal”.
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“O Comitê reforçou a visão de que o esmorecimento no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal, o aumento de crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia, com impactos deletérios sobre a potência da política monetária e, consequentemente, sobre o custo de desinflação em termos de atividade”, diz a ata.
E nada do anúncio do corte de gastos
O governo Lula (à esquerda na foto) já está há três semanas debatendo onde pode cortar gastos, exatamente para responder ao incômodo manifestado, entre outros agentes econômicos, pela ata do Copom.
Na segunda-feira, 11, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (à direita na foto), disse que o presidente pediu a inclusão de mais um ministério para o anúncio do pacote de corte de gastos, sem revelar de que pasta se trata.
Na semana passada, quando decidiu cancelara uma viagem que faria à Europa após o dólar disparar com a perspectiva da eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, Haddad chegou a prometer o anúncio do pacote de corte de gastos, mas os ministros da área social do governo começaram a espernear em público e, desde então, o assunto segue se arrastando.
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Comentários (1)
ALDO FERREIRA DE MORAES ARAUJO
12.11.2024 18:57Lula só consegue governar com cofres cheios, tanto para gastos normais para os não tanto. Foi assim nos mandatos anteriores, não seria diferente agora.