Que corruptos deveriam ser punidos, Lula?
Petista debochou da Lava Jato na cerimônia de posse da nova presidente da estatal, Magda Chambriard, nesta quarta-feira, 19 de junho
Lula debochou do combate à corrupção atribuindo más intenções a quem ousou investigar os esquemas dos governos do PT na Petrobras.
“Com falso argumento de combater a corrupção, a Operação Lava Jato mirava na verdade no desmonte e na privatzação da Petrobras”, disse o petista na cerimônia de posse da nova presidente da estatal, Magda Chambriard, nesta quarta-feira, 19 de junho.
“Se o objetivo fosse de fato combater a corrupção, que se punisse os corruptos, deixando intacto o patrimônio do nosso povo. Mas, o que foi feito não foi isso. O que foi feito foi uma tentativa de destruir a imagem da empresa”, acrescentou.
O deboche de Lula ocorre um dia após o jornal O Globo apontar que o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, favoreceu 115 condenados pela Lava Jato que pediram a anulação de provas ou atos em 2023.
Essas decisões do ministro indicado por Lula seguem na esteira de uma decisão do ex-ministro Ricardo Lewandowski, atual ministro da Justiça de Lula, e referendada pela Segunda Turma, que anulou as provas da Odebrecht, atual Novonor, contra o petista.
Segundo O Globo, Toffoli já proferiu 128 decisões individuais que reverteram a situação de réus da Lava Jato, com pelo menos 67 despachos que declararam inválidas as provas extraídas dos sistemas operados pela Odebrecht para o pagamento de propinas.
Outros 61 determinaram a “nulidade absoluta” de atos de inquéritos da Lava Jato contra investigados, como o que beneficiou o empresário Marcelo Odebrecht, responsável por revelar à Polícia Federal, em delação, que Toffoli era o “amigo do amigo de meu pai”.
Além de Marcelo Odebrecht, estão entre os beneficiados por Toffoli os ex-governadores Sergio Cabral, Anthony e Rosinha Garotinho (os três do Rio de Janeiro), o ex-senador Delcídio do Amaral e o ex-deputado Lúcio Vieira Lima.
A desculpa de Toffoli
Em nota, o ministro do STF alegou que suas decisões foram “extensões de decisão colegiada da Segunda Turma, tomada em fevereiro de 2022”, quando “ainda não integrava o colegiado, e o tema estava sob relatoria do então ministro Ricardo Lewandowski”.
De acordo com o ministro, a maioria dos casos que analisou transitou em julgado, “um reconhecimento de que houve apenas extensão da decisão colegiada da Segunda Turma”.
Ele disse ainda que “tem rejeitado pedidos de extensão que não tenham relação direta com os casos tratados colegiadamente pela Segunda Turma”.
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