Crusoé: Leite projeta perda bilionária em arrecadação do RS
Governador do Rio Grande do Sul, estado afetado por fortes chuvas no mês passado, já viu primeiros sinais de queda na arrecadação de ICMS
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB; foto), projetou em cerca de 10 bilhões de reais o rombo na arrecadação estadual causado pelas tempestades do início de maio. A estimativa foi dada em Brasília, onde ele participa de atos no Palácio do Planalto pelo dia do meio ambiente e tenta ser recebido por Lula fora da agenda.
“A gente está falando de algo de R$ 6 bilhões a R$ 10 bilhões até o final deste ano em termos de queda de arrecadação do Estado e dos municípios, que precisaria ser suportado pela União como foi na pandemia”, disse Leite aos jornalistas. Para ele,“é a União que tem fôlego financeiro para poder atender essas necessidades”.
Sem uma recomposição de receita autorizada pelo governo federal, adverte Leite, o Rio Grande do Sul “vai ter que comprimir muito os investimentos e a capacidade de prestação de serviços, o que vai punir a população de outra forma que a gente não deseja”.
Além do pedido de mais verba para recompor as perdas do estado, há a demanda de um programa de criação de programa emergencial para manutenção de empregos e renda — para isto, o governador gaúcho não estimou valores.
Pouco mais de um mês após o início das chuvas, o governo gaúcho começa a calcular os prejuízos em sua arrecadação. Em maio, a Secretaria de Fazenda estimou em 710 milhões de reais a frustração de receita para o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), a sua principal fonte de arrecadação.
As estimavas da fazenda apontavam para o recolhimento de 3,89 bilhões em receitas de ICMS até o final do mês. No final, conseguiu recolher 3,18 bilhões de reais.
Os dados mostram como as mudanças climáticas — e seus efeitos extremos— podem afetar gravemente a economia de um local. A tempestade que varreu o RS colocou em calamidade 49% das 278 mil pessoas jurídicas que contribuem no estado.
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