Crusoé: Pedido de procurador do TPI mexe com EUA e Israel
Presidente americano fica em saia justa ao apoiar Israel; segundo pode abreviar governo de Netanyahu; e terceiro pode se ver tendo de entregar chefe do Hamas
O pedido de prisão apresentado pelo procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI) Karim Khan (foto), em Haia, contra líderes do Hamas e do governo de Israel, já gerou diversos impactos políticos em Israel e nos Estados Unidos.
Caso um painel de três juízes (um do México, um da Romênia e outro do Benin) considere o pedido válido e os mandados de prisão sejam emitidos, as repercussões poderão ser ainda maiores.
Em Israel, o pedido de Khan foi criticado por todos, até pela oposição. O procurador britânico foi acusado de fazer uma equivalência moral entre o Hamas e o governo Israel, que trava uma guerra de autodefesa.
Mas, no longo prazo, a atuação de Khan e um possível mandado de prisão contra Netanyahu pode enfraquecer ainda mais o seu governo.
Figuras importantes da política israelense têm criticado Netanyahu nas últimas semanas por não ter um plano para a Faixa de Gaza no pós-guerra.
Como nenhum tipo de governo foi instalado após a derrota do grupo terrorista Hamas no norte e no centro da Faixa de Gaza, os terroristas se reagruparam e voltaram a atacar soldados israelenses nessas áreas.
Benny Gantz, que estava na oposição e aceitou integrar o gabinete de guerra após o atentado de 7 de outubro, ameaça deixar o governo até 8 de junho por esse motivo.
Yair Lapid, o líder da oposição, tem pedido insistentemente a queda de Netanyahu. “Não venceremos a guerra com este governo. Um governo que é um desastre que aconteceu ao Estado de Israel“, disse ele esta semana.
Um mandado de prisão de Netanyahu pelo TPI, assim, poderia elevar o tom das brigas políticas dentro de Israel.
Nos Estados Unidos, parlamentares republicanos ligados ao ex-presidente Donald Trump criticaram o governo de Joe Biden por não ser mais agressivo com o TPI.
Os Estados Unidos não são signatários do Estatuto de Roma, que criou o TPI. A desconfiança, portanto, não é de agora. Mas os republicanos agora pedem até mesmo sanções contra os membros da Corte.
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