Câmara vota nesta terça projeto que suspende a dívida do RS
Durante reunião de líderes nesta tarde, ficou acertado que o Palácio do Planalto vai pedir urgência na aprovação da matéria
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), vai incluir na pauta de votações desta terça-feira, 14, o projeto de lei complementar que suspende a dívida do Rio Grande do Sul com a União. A expectativa é de que o deputado Bohn Gass (PT-RS) seja indicado como relator da matéria.
Como mostramos, o governo do presidente Lula (PT) fechou um acordo com o governador gaúcho, Eduardo Leite (PSDB), para suspender o pagamento da dívida do estado por um período de três anos. Com a proposta, o estado pode ter uma folga orçamentária de quase R$ 11 bilhões exclusivamente para ações de reconstrução, após as enchentes que devastaram a região.
Durante reunião de líderes nesta tarde, ficou acertado que o Palácio do Planalto vai pedir urgência na aprovação da matéria. Após ser analisado pela Câmara, o projeto seguirá para o Senado Federal.
“Essa lei complementar prevê a suspensão do pagamento da dívida do Rio Grande do Sul, 100% do pagamento, durante 36 meses. Para além disso, os juros serão zerados sobre o estoque, todo o estoque da dívida, pelo mesmo prazo”, declarou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Dívida do Rio Grande do Sul
Desde os anos 1990, o Rio Grande do Sul fez sucessivos acordos para quitar a dívida com a União. Ao longo deste período, o estado gaúcho somou R$ 90 bilhões em débitos com o governo federal.
O pagamento das parcelas mensais ficou suspenso durante cinco anos, tempo de vigência de uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF), mas foi retomado em 2022 após a assinatura do Regime de Recuperação Fiscal com a União.
Durante reunião com Lula, Eduardo Leite, classificou a medida de suspensão do pagamento da dívida como “um passo muito importante”. O gaúcho, no entanto, reforçou que o estado pede a quitação (ou seja, o perdão) da dívida, e não só o adiamento.
“Por justiça, vou aqui reconhecer que é um esforço do ministério, tecnicamente, para viabilizar. A nossa demanda inclui um pedido de quitação desses valores, que até aqui não se viabilizou. Mas entendemos que é um passo. E o ministro Haddad disse que é um passo sem prejuízo de outros que serão necessários”, disse Leite.
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