Operação contra o garimpo ilegal e trabalho escravo no AM
Segundo a Polícia Federal, foi constatada a presença de mais de 70 garimpeiros trabalhando em condições degradantes e similares à escravidão
Uma ação conjunta envolvendo a Polícia Federal, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e o Ministério Público do Trabalho (MPT) resultou no início da Operação Mineração Obscura, na última sexta-feira, 26, com o objetivo de investigar denúncias de atividade garimpeira ilegal na cidade de Maués, no sul do Amazonas, e resgatar trabalhadores que estavam em situação análoga à escravidão.
Após deslocamento das equipes para o local, foi constatada, nesta segunda-feira, 29, a presença de mais de 70 garimpeiros trabalhando em condições degradantes e similares à escravidão. O trabalho no garimpo é realizado por meio de poços subterrâneos, onde os trabalhadores operam sem qualquer equipamento de proteção individual.
Exploração desumana
Além disso, foi identificada a prática de servidão por dívida, evidenciando a exploração desumana dos trabalhadores. De acordo com as investigações, trata-se de um dos garimpos mais lucrativos de toda a América Latina, com uma produção diária superior a 6kg de ouro.
A ação conjunta tem como objetivo coibir atividades ilegais, proteger os direitos dos trabalhadores e preservar o meio ambiente.
Os responsáveis pelo garimpo ilegal serão responsabilizados perante a lei, enquanto medidas serão tomadas para garantir o resgate e a assistência adequada aos trabalhadores encontrados em situação de vulnerabilidade.
A operação continuará até o dia 03 de maio, data em que será divulgado um balanço das ações da Polícia Federal na região.
Trabalhadores em condições análogas à escravidão no Pará
Em janeiro de 2024, Um garimpo ilegal de cobre foi descoberto com 26 pessoas em condições análogas à escravidão. As vítimas trabalhavam num local próximo à vila Nova Jerusalém, em Canaã dos Carajás, sendo este município localizado no interior do Pará e a quase 800 quilômetros de Belém. Após o flagrante, o garimpo foi fechado.
Responsáveis e possíveis consequências
Dentre os responsáveis pelo garimpo ilegal, foram identificados dois brasileiros e um chinês. Segundo os investigadores, a China é provavelmente o destino do minério que foi extraído de maneira ilegal na região.
Os proprietários do garimpo não se encontravam no local no momento da operação. Eles serão acusados por crimes de extração ilegal de minérios, crime ambiental associado ao garimpo ilegal e redução do trabalhador à condição análoga à escravidão.
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