A preocupação dos EUA com as eleições da Venezuela
Biden prometeu restabelecer as sanções petrolíferas caso Maduro cumpra seus compromissos para a realização de eleições livres
Autoridades dos Estados Unidos se reuniram com representantes do ditador venezuelano, Nicolás Maduro, no México esta semana para expressar suas preocupações sobre o processo eleitoral na Venezuela. O encontro secreto ocorreu enquanto se aproxima o prazo final de 18 de abril para os EUA decidirem se vão reimpor sanções à indústria petrolífera venezuelana.
A administração Biden prometeu restabelecer as sanções petrolíferas que foram suspensas em outubro, a menos que Maduro faça progressos no cumprimento de seus compromissos para a realização de eleições livres e justas ainda este ano.
No entanto, o governo do ditador venezuelano tem criado obstáculos à participação da oposição, incluindo a proibição da principal candidata, Maria Corina Machado, de concorrer.
Preocupação dos EUA
De acordo com reportagem da Reuters, o objetivo da reunião foi expressar as preocupações dos EUA em relação ao processo eleitoral na Venezuela, segundo um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional (NSC) da Casa Branca. Daniel Erikson, diretor sênior da Casa Branca para assuntos do Ocidente, liderou a delegação americana nas negociações, que ocorreram na terça-feira, 9, na Cidade do México.
Embora detalhes sobre as discussões não tenham sido divulgados, incluindo se as sanções à Venezuela foram abordadas, fontes familiarizadas com o assunto afirmaram que os assessores do presidente Joe Biden estão discutindo várias opções antes do vencimento da licença temporária dos EUA, que permitiu à Venezuela vender livremente seu petróleo. No entanto, nenhuma decisão final foi tomada até o momento.
Os EUA concederam um alívio parcial das sanções em outubro do ano passado, após um acordo eleitoral alcançado em Barbados entre o governo de Maduro e a oposição. Esse acordo incluía o direito da oposição de escolher seu próprio candidato presidencial.
Sanções ao setor energético
A abordagem diplomática da administração Biden em relação a Maduro e a flexibilização das sanções marcaram uma mudança significativa na política do ex-presidente Donald Trump de pressão máxima. No entanto, as autoridades americanas estão ponderando os possíveis impactos da reimposição de sanções ao setor energético venezuelano, como o aumento nos preços globais do petróleo e o possível fluxo de migrantes venezuelanos em direção à fronteira EUA-México.
Em janeiro deste ano, os EUA já haviam reimposto algumas sanções não energéticas após o Supremo Tribunal da Venezuela manter a proibição eleitoral de Machado, citando seu suposto apoio a sanções e acusações de corrupção – acusações que ela nega. Washington também condenou as detenções de ativistas da oposição pelas autoridades venezuelanas.
O Ministério da Informação da Venezuela ainda não se pronunciou sobre a reunião. As discussões entre os representantes dos EUA e Maduro continuam, e todas as opções estão sendo consideradas antes da decisão final sobre a reimposição das sanções à indústria petrolífera da Venezuela.
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