Rinha de crises no governo Lula
Aliados do presidente da Petrobras acusam ministro de Minas e Energia de tentar abafar crise da Enel e ministro-chefe da Casa Civill de agir contra Jean Paul Prates para esconder delação sobre respiradores
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (à esquerda na foto), escancarou nesta semana os desentendimentos com o presidente da Petrobras, Jean Paulo Prates, e, desde então, os dois trocam farpas por procuração por meio do noticiário.
Desta vez, O Globo deu voz a “interlocutores de Prates” que sugerem que a pressão pela sua substituição no comando da Petrobras seria uma tentativa de Silveira de desviar o foco na crise da Enel. E também sobrou para o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa.
“Segundo esses aliados de Prates, o ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira, estaria tentando tirar dos holofotes os problemas no setor elétrico brasileiro. A crise na Enel, alvo de críticas após sucessivos episódios de falta de luz em São Paulo, levou Silveira a anunciar que pediria a caducidade do contrato de concessão da empresa no início desta semana”, diz o jornal.
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E Rui Costa?
Segundo O Globo, “aliados de Prates também não poupam críticas a Rui Costa, especulando que para o ministro o momento foi propício para o acirramento da crise na Petrobras, já que isso desviaria as atenções de denúncias sobre supostas irregularidades na compra de respiradores pela Bahia, quando ele era governador, durante a pandemia de Covid, que voltaram a circular esta semana em reportagem do Uol”.
Ex-governador da Bahia, Costa foi implicado em delação premiada pela empresária Cristiana Taddeo. Além de responsabilizá-lo pela decisão de comprar respiradores que não foram entregues mediante pagamento adiantado, ela disse que a polícia baiana tentou evitar que o nome do ministro de Lula aparecesse na delação.
A fritura de Prates levou a especulações sobre a possibilidade de seu lugar ser assumido por Alozio Mercadante, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). As ações da Petrobras reagiram como esperado a essa possibilidade.
No governo Lula, é cada ministro com sua crise, e uma contra a outra.
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