Em uma medida revolucionária no combate às infecções por HPV e à prevenção de diversos tipos de câncer, o Brasil adotou recentemente um novo esquema de vacinação. Agora, meninas e meninos de 9 a 14 anos podem receber uma única dose da vacina gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ampliando assim o acesso e a proteção contra este vírus extremamente prevalente e perigoso.

Por que a mudança para uma dose única da vacina contra o HPV?

A decisão de mudar para um esquema de dose única tem fundamento em uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), baseada em estudos que demonstraram a eficácia de uma única dose na proteção contra o HPV. Este avanço representa uma estratégia crucial para aumentar a cobertura vacinal e incluir outros públicos prioritários, facilitando também a introdução da vacina contra o HPV em programas de imunizações nos países de média e baixa renda, onde a adesão ainda é desafiadora.

Quem pode se beneficiar desta vacina oferecida pelo SUS?

• • Meninas e meninos de 9 a 14 anos

• • Pessoas de 9 a 45 anos em condições clínicas especiais, como as que vivem com HIV/Aids, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos (imunossuprimidos)

• • Vítimas de abuso sexual

• • Pessoas portadoras de papilomatose respiratória recorrente (PPR) de qualquer idade

Qual o impacto do HPV e por que a vacinação é essencial?

O vírus do HPV é responsável por uma vasta gama de infecções, sendo algumas delas potencialmente graves e capazes de evoluir para diferentes tipos de câncer. O mais conhecido é o câncer de colo de útero, que representa o terceiro tipo mais comum entre mulheres no Brasil. A vacinação surge como um pilar fundamental na prevenção dessas doenças, visando não apenas proteger indivíduos vacinados, mas também diminuir a circulação do vírus na população, interrompendo assim cadeias de transmissão e contribuindo para a eliminação desses cânceres.

Um exame mais atento aos benefícios da vacinação para meninos

A inclusão dos meninos no programa de vacinação contra o HPV não é apenas uma medida de equidade, mas também uma estratégia eficaz de saúde pública. Além de protegê-los contra doenças diretamente ligadas ao HPV, como o câncer de pênis, orofaringe e ânus, a vacinação masculina é crucial para prevenir a transmissão do vírus para suas parceiras, contribuindo significativamente para a proteção da saúde das mulheres contra o câncer de colo de útero e outras condições associadas ao HPV.

A luta contra o HPV e o câncer relacionado a ele é um esforço conjunto da sociedade, dos profissionais de saúde e dos órgãos governamentais. Ao adotar a recomendação da OMS para a vacinação de dose única contra o HPV, o Brasil dá um passo importante no sentido de reduzir a incidência dessas infecções virais e, consequentemente, de alguns tipos de câncer, movendo-se cada vez mais para um futuro mais saudável e protegido para as próximas gerações.