Crusoé: Netanyahu chama republicanos a Israel para reclamar de Biden
Após EUA não se absterem em resolução da ONU cobrando cessar-fogo em Gaza, Netanyahu desistiu de ir ao país. No lugar, trouxe opositores de Biden para conversar
A relação entre o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu (foto, direita) e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anda estremecida desde a última segunda-feira, 25, quando o governo de Washington se absteve na aprovação de uma resolução de cessar-fogo na Faixa de Gaza, pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
Depois de cancelar uma viagem que faria a Washington em represália, o primeiro-ministro recebeu opositores do democrata em Tel Aviv. Foi o caso do senador republicano Rick Scott, pelo estado da Flórida.
Foi por ele que Netanyahu desfiou suas críticas. “Eu penso que a decisão americana no Conselho de Segurança foi um movimento muito, muito ruim”, disse o chefe de governo israelense a Rick Scott. “A pior parte disso é que encoraja o Hamas a tomar uma linha dura e a crer que a pressão internacional irá prevenir Israel de liberar seus reféns e destruir o grupo.”
Ao encontrar um grupo de parlamentares republicanos e democratas, ele endureceu ainda mais seu discurso: “O Hamas tem de ser eliminado”, disse, durante reunião. “Não como em ideia: o Nazismo não foi destruído como uma ideia na Segunda Guerra Mundial, mas os nazistas não governam a Alemanha. Ainda há neonazistas por aí, mas você destruiu a organização.”
Antes do revés na ONU, o governo israelense já via o humor do governo americano, seu principal parceiro estratégico, mudar. O líder do governo no Senado cobrou novas eleições publicamente. E Biden — em busca do voto progressista e mais pró-Palestina em novembro — passou a defender publicamente o cessar-fogo na guerra contra o Hamas em Israel.
Apesar de publicamente ter azedado o tom de sua relação com o governo de Joe Biden, Netanyahu não cortou inteiramente os laços com os Estados Unidos. Ele deve levar uma delegação a Washington para discutir o futuro da guerra na próxima semana.
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