Crusoé: Dissertação de mestrado de Mauro Cid no Exército tem 29 páginas
Documento, obtido via Lei de Acesso à Informação, descreve "a importância de um destacamento de reconhecimento" de um batalhão em Goiás
Para seu mestrado em “Profissional de Operações Militares”, o tenente-coronel Mauro Cesar Cid (foto), braço direito de Jair Bolsonaro durante seu mandato presidencial e o delator de um suposto golpe militar, apresentou um documento de 39 páginas — que, excluída as páginas técnicas, agradecimentos e referências bibliográficas, conta com meras 29 páginas.
O documento, apresentado na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO) em 2009, foi obtido via Lei de Acesso à Informação (LAI) pela agência Fiquem Sabendo.
No texto, disponibilizado na íntegra, Cid se dispõe a “descrever a importância do emprego do Destacamento de Reconhecimento e Caçadores em Apoio às Ações de Comandos”, criada a partir de 2007 em Goiás.
Apesar do conteúdo diminuto, grande parte dos resultados obtidos por Mauro Cid em sua pesquisa são tarjados e confidenciais, uma vez que poderiam conter informações confidenciais. Ele conclui assim: “O estudo procurou demonstrar a importância do DRC e como ele aumenta a capacidade de um DAC devido as suas [TARJADO] e das [TARJADO] e [TARJADO] para [TARJADO].”
Apesar do diminuto tamanho para o que se entende como uma tese de mestrado, foi aprovada em uma banca composta por dois majores e um capitão da EsAO, no Rio de Janeiro.
Mauro Cid — filho de um general como mesmo nome — foi, durante os quatro anos de Jair Bolsonaro, seu ajudante pessoal de ordens, sendo visto ao lado do presidente em quase todos os momentos, tanto dentro como fora do Palácio. Foi sua proximidade com Bolsonaro que o levou à prisão, quando foi acusado de falsificar o cartão de vacinação da filha do ex-presidente, Laura Bolsonaro.
A partir daí, sua delação destrinchou o papel de militares e do presidente no que seria uma dita articulação para um golpe de Estado, após a derrota nas eleições de 2022.
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