CPI da Braskem: Planalto resiste à Renan e busca 'relator neutro' CPI da Braskem: Planalto resiste à Renan e busca 'relator neutro'
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Planalto tenta passar a perna em Renan na CPI da Braskem

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Wilson Lima
3 minutos de leitura 21.02.2024 16:09 comentários
Brasil

Planalto tenta passar a perna em Renan na CPI da Braskem

Auxiliares de Lula sugerem que a comissão de inquérito sobre crise em Maceió seja relatada por Rogério Carvalho (PT) ou Otto Alencar (PSD)

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Wilson Lima
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Planalto tenta passar a perna em Renan na CPI da Braskem
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Integrantes do Palácio do Planalto têm deixado claro no Senado que não querem Renan Calheiros (MDB-AL) como relator da CPI da Braskem, investigação instaurada para apurar os danos ambientais causados em Maceió pela empresa petroquímica.

Hoje, diante da falta de acordo sobre o relator, senadores adiaram para a tarde a primeira reunião do colegiado.

Como mostramos mais cedo, o posto é pleiteado por Renan Calheiros, autor do requerimento. O problema é que o próprio Palácio do Planalto enxerga que Renan quer conduzir os trabalhos para tentar atingir o grupo político de Arthur Lira (PP-AL), por meio do prefeito de Alagoas, João Henrique Caldas – o JHC.

A CPI da Braskem vai investigar, por exemplo, a aquisição do Hospital do Coração pelo prefeito de Maceió no valor de 266 milhões de reais. Renan tem usado a negociação para desgastar a imagem de Lira e de JHC no Estado.

A solução para a CPI da Braskem

Assim, a solução que vem sendo costurada é que a relatoria saia das mãos da bancada de Alagoas. O planalto sugeriu dois nomes: Rogério Carvalho (PT) ou Otto Alencar (BA). Renan, no entanto, ainda resiste e tem dito que vai brigar para comandar as investigações.

Integrante da CPI da Braskem, o senador e adversário de Calheiros em Alagoas, Rodrigo Cunha (Podemos) já criticou o emedebista publicamente. “A CPI pode e deve ir para frente sem a figura que vicia e contamina todo o processo investigatório”, disse.

Os senadores estiveram reunidos na manhã desta quarta para tentar dar seguimentos aos trabalhos. Mas não houve acordo. Após o encontro, o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), ameaçou deixar o posto, caso o entrave sobre a relatoria seja mantido.

“Essa CPI não será específica sobre a cidade de Maceió, sobre Alagoas, ela tem de ser específica ao procedimento [extração de sal-gema]. Não se trata somente de indenização, tem questões muito mais profundas que serão discutidas aqui”, disse Aziz.

O afundamento de Maceió

Em novembro do ano passado, a prefeitura de Maceió decretou estado de emergência na cidade por 180 dias. À época, a causa era o risco iminente de colapso de uma mina da Braskem, localizada na região da lagoa Mundaú, no bairro do Mutange.

As minas localizadas na região são cavernas abertas pela extração de sal-gema durante décadas de mineração, mas que estavam sendo fechadas desde que o SGB (Serviço Geológico do Brasil) confirmou que a atividade realizada pela Braskem provocou o fenômeno geológico na região.

Leia também: As disputas políticas em torno da crise em Maceió

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Wilson Lima

Wilson Lima é jornalista formado pela Universidade Federal do Maranhão. Trabalhou em veículos como Agência Estado, Portal iG, Congresso em Foco, Gazeta do Povo e IstoÉ. Acompanha o poder em Brasília desde 2012, tendo participado das coberturas do julgamento do mensalão, da operação Lava Jato e do impeachment de Dilma Rousseff. Em 2019, revelou a compra de lagostas por ministros do STF.

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